“Inteligência Artificial: A Nova Fronteira da Ciência Brasileira”

19 a 24 de outubro de 2020

Trabalho 14304

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Serviço social
Setor Departamento de Economia Doméstica
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Vitoria Batista de Lima
Orientador RITA DE CASSIA PEREIRA FARIAS
Outros membros Caique Eduardo da Silva
Título Particularidades da “questão social” no campo: a negação do direito à terra à população negra
Resumo Este estudo propõe analisar os impactos da formação histórica brasileira. Tenciona-se compreender as particularidades do campo no Brasil no que tange às expressões da “questão social”, traçando um recorte de raça, além de um delineamento do revés classista que permeia o latifúndio brasileiro. Trazendo como metodologia uma revisão bibliográfica dos dados existentes. A herança agrária do país, cresceu conforme aponta Fernandes (1968) baseado na produção agrícola para exportação. Villas Bôas (2011) indica que o capitalismo só veio a se estabelecer no país com base na força de trabalho escravizada. Mesmo com a abolição da escravatura, os afro brasileiros não tiveram acesso às terras, separando o produtor de seu meio de produção, sem nenhuma forma eficaz de introdução dessas pessoas na lógica do trabalho livre e assalariado, visando a desobjetificação destes. Neto (2011) denota a “questão social” como a contradição entre capital e trabalho. Para ver a dimensão da mesma no campo, Ianni (1971) menciona que a formação do proletariado rural no Brasil pode ser dividida em três períodos: a fase predominantemente escrava, o lavrador e por último o proletário. As modificações ocorreram de forma lenta e gradual, notadamente com a queda do regime oligárquico, a partir da Revolução de 1930. Entretanto a inserção do Brasil na lógica Capitalista de forma dependente trás uma produção em setores ainda arcaicos, tendo no espaço agrário o motor de sua economia (FERNANDES, 1968). Após o processo abolicionista, a população afro brasileira não tomou os postos de trabalho, pois imigrantes vindos de países europeus procuraram no Brasil moradia e locais de trabalho, trazendo além da tentativa de embranquecimento da população, o ideal meritocrático. Souza (2017) afirma que com a concentração de terras e a formação dos latifúndios os negros passam a ser totalmente excluídos, considerando não ter acesso a terras e por vezes nem ao trabalho nelas. O censo populacional (IBGE, 2010) apresenta que 61% da população que reside na zona rural do país é negra, considerando negros aqueles autodeclarados pretos ou pardos. Denota-se que, mesmo com o passar do tempo, os trabalhadores no âmbito rural continuam a ser negros. Assimilar a atualidade carece da compreensão de que a parcela branca colheu e colhe os frutos dos privilégios de classe, como aponta Fernandes (1989). A questão agrária, racial e classista estão intimamente ligadas. Assim, conceber as implicações da “questão social” no campo brasileiro atualmente não se aparta das discussões sociohistóricas da formação classista brasileira, formadora das oligarquias que colocaram o negro na recente situação de precarização, pobreza e subalternidade. Portanto, para compreender a luta pela terra, é necessário destacar que ela passa necessariamente pela questão racial, Semelhantemente, não há como fazer um debate voltado à questão racial sem abordar o debate de classes, visto que a classe trabalhadora tem cor.
Palavras-chave questão agrária, raça, classe
Forma de apresentação..... Painel
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