Resumo |
A grande quantidade de água na madeira é um obstáculo para a produção do carvão vegetal, uma vez que afeta diretamente o tempo de processo, o rendimento gravimétrico e a qualidade do produto final, reduzindo a resistência e aumentando a geração de finos. A secagem convencional da madeira, geralmente feita de forma natural, leva dias para que seja alcançado o teor de umidade recomendado para a carbonização, que é inferior a 40%. Diante dessa necessidade de reduzir o tempo de secagem, torna-se imprescindível buscar alternativas viáveis para acelerar esse processo. O objetivo principal deste estudo foi avaliar o efeito da secagem artificial da madeira dentro do forno utilizando os gases combustos da carbonização, inseridos em layouts diferentes (T e H), em função do tempo de secagem. O experimento foi realizado no Laboratório de Painéis e Energia da Madeira (UFV), conduzido em sistema fornos-fornalha, composto por 4 fornos circulares, conectados a uma fornalha. Foram utilizados dois fornos para carbonização convencional da madeira de Eucalyptus sp., e geração de gases. Estes foram queimados na câmara de combustão da fornalha e succionados a partir da chaminé, com o auxílio de um ventilador centrífugo. Foram inseridos pela parte inferior (temperatura de 170±10°C) em outros dois fornos, um com layout em formato de H, e outro layout em formato de T. Três tempos de secagem foram utilizados: 15, 22,5 e 30 horas. Para avaliar perfil espacial da secagem artificial da madeira dentro do forno, foram selecionados 3 toras-controles de 1 metro de comprimento para cada uma das seguintes posições: porta; lado do duto; meio; lado oposto ao duto e fundo, e para a copa foram selecionados 10 toretes-controle de 15 cm de comprimento. Para avaliar o perfil longitudinal, foram retirados três discos ao longo de cada tora-controle, nomeados, base, centro e topo. A eficiência de secagem da madeira dentro do forno foi determinada considerando a redução do teor de umidade inicial da madeira. Estes parâmetros foram obtidos por meio dos dados coletados na pesagem inicial e final das amostragens realizadas para avaliar a secagem artificial da madeira. A copa do forno foi a região que teve a melhor eficiência de secagem, devido à concentração dos gases quentes na parte superior, em relação as toras dispostas nas demais regiões do forno. Em relação ao perfil longitudinal da tora, a região central secou menos em relação as demais, devido à inserção de gases pelo piso forno, que favorece a transferência de calor e também pelo acúmulo de gases quentes na copa do forno, favorecendo a secagem da ponta da tora. Concluiu-se que ambos os layouts foram eficientes na secagem da madeira, não apresentando diferença significativa na remoção de água, logo a técnica pode ser utilizada nos dois tipos predominante de câmaras na indústria de carvão vegetal. |