Resumo |
Introdução: a reanimação cardiopulmonar compreende procedimentos destinados a pacientes que apresentam sinais de parada cardiorrespiratória. Cenários simulados podem contribuir para treinar os profissionais do serviço de enfermagem a realizar uma reanimação de alta qualidade e a desenvolverem competências como conhecimento, habilidades e confiança para realizar as manobras. Objetivo: avaliar a eficácia da simulação realística como estratégia de ensino em reanimação cardiopulmonar para profissionais de enfermagem. Método: ensaio clínico randomizado, aberto, realizado entre junho de 2022 a janeiro de 2023. A amostra foi constituída por 35 profissionais do serviço de enfermagem do Hospital do Câncer de Muriaé, com idades entre 19 e 47 anos, recém contratados pela instituição como enfermeiros, técnicos e auxiliares. Por meio da randomização, os participantes foram alocados em dois grupos: experimental (n = 19) e controle (n = 16). O grupo experimento foi submetido a: (a) aula expositiva dialogada sobre reanimação cardiopulmonar; (b) prática em laboratório com demonstração de habilidades em reanimação cardiopulmonar em manequins de alta fidelidade; (c) participação em cenário simulado; (d) debriefing; o grupo controle recebeu as mesmas intervenções, exceto a participação em cenário simulado e o debriefing. A coleta de dados ocorreu por meio da aplicação de pré e pós-teste a ambos grupos. Além disso, foram coletados dados sociodemográficos, de perfil profissional e sobre satisfação e autoconfiança para realizar as manobras de reanimação cardiopulmonar. Realizou-se análise descritiva, a normalidade dos dados foi verificada por meio do teste de Shapiro-Wilk. A eficácia da simulação realística para avaliar o conhecimento antes e depois da intervenção foi avaliada pelo teste de Wilcoxon e Mann-Whitney, adotou-se um nível de significância de 5%. As análises estatísticas foram conduzidas utilizando o software R versão 4.2.2. Resultados: os grupos apresentaram aumento significativo de acertos no pós-teste (GC: 46,4 para 71,4%, p = 0,005; GE: 37,3% para 61,5%, p = 0,0003) e demonstraram alta satisfação (GC – 82,6% e GE 88%) e autoconfiança para a realização das manobras (GC – 53,6% e GE – 60%). Conclusões: o método de ensino por simulação e o tradicional apresentaram-se eficazes para fomentar a aquisição de conhecimento dos profissionais de enfermagem em reanimação cardiopulmonar. Verificou-se altos níveis de satisfação e autoconfiança em ambos os grupos após a realização dos treinamentos. Este estudo é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), registro de número APQ-01292-22. |