Resumo |
Introdução: A capacidade de concentração (CC) é a capacidade que um indivíduo tem de convergir sua atenção na realização de uma determinada tarefa. Ela pode ser um fator que contribui para a tomada de decisão (TD) no futebol, mas poucos estudos visam estudar a relação entre ambos. Objetivo: Verificar a influência da CC sobre a TD de acordo com os princípios táticos fundamentais do futebol. Metodologia: Foram realizados os testes COG, no Sistema de Viena (Schuhfried®), que avalia os níveis de atenção e CC, e o teste do TacticUP® que avalia a leitura de jogo e a TD com base nos 12 princípios táticos fundamentais. A amostra compreende 10 jogadores de futebol do sexo masculino com idade entre 11 e 13 anos (M=11,83, DP=0,55) que realizam 2 sessões de treinos semanais. Os dados foram tabulados em uma planilha do Excel e analisados no software IBM SPSS Statistics v.25, utilizando o teste de normalidade Shapiro-Wilk e a correlação de Pearson para valores significativos p=0,05, cuja correlação se classifica ±0,2 baixa; ±0,5 média; ±0,8 alta. Resultado: Os resultados mostram que parte das correlações foram positivas e parte negativas. Foram obtidos resultados com baixa correlação em quatro dos princípios avaliados: penetração=0,049; espaço com bola=0,025; espaço sem bola=-0,035; concentração=- 0,052, e média correlação em oito princípios: cobertura ofensiva=-0,336; mobilidade=- 0,533; unidade ofensiva=0,506; contenção=-0,329; cobertura defensiva=-0,527; equilíbrio de recuperação=0,338; equilíbrio defensivo=-0,480; unidade defensiva=0,543. Considerando os valores de referência foi verificado que a correlação se torna mais forte à medida que ela trata de um princípio tático mais distante do centro de jogo, como a unidade defensiva (r=0,543) e a unidade ofensiva (r=0,506). Isto significa que quanto maior a CC, melhor é a TD dos jogadores mais distantes da bola. Conclusão: Conclui-se que a correlação entre a CC e a TD tende a ser maior quando avaliados os princípios táticos fora do centro de jogo. Contudo, os resultados no geral apresentam baixas e médias correlações. Sugere-se expandir o N em um estudo futuro a fim de verificar a correlação nessa condição.
Agradecimentos: Este estudo contou com o apoio da Lei de Incentivo ao Esporte do Governo de Minas Gerais, do Programa Academia e Futebol do Ministério da Cidadania, por meio da Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor; da SEESP-MG, da FAPEMIG, do CNPq, da Funarbe, da Capes, do Sicoob, da Reitoria, da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa e do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal de Viçosa, Brasil. |