Resumo |
A utilização de biocombustíveis e alimentos produzidos a partir da biomassa de microalgas e cianobactérias tem se destacado devido ao grande potencial desses microrganismos como fonte renovável de nutrientes e energia. As microalgas são ricas em diversos compostos de valor nutricional, como proteínas, aminoácidos, peptídeos, pigmentos (carotenoides, ficocianinas, compostos fenólicos) ácidos graxos poli-insaturados, minerais, polissacarídeos e lipídeos. Tais compostos podem ser utilizados como matéria-prima para a produção de ingredientes alimentares, ração animal, cosméticos e fármacos, em especial a tividade antioxidante e antiviral das proteínas de uma linhagem de Scenedesmus obliquus e encontraram um efeito inibitório contra o vírus Coxsackie B3. Este trabalho teve por objetivo quantificar proteínas, lipídios e avaliar a qualidade de ácidos graxos da microalga S. obliquus cultivada no Laboratório de Biocombustíveis do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa, e comparar com uma fonte importe de proteínas e lipídios, o leite em pó comercial. A biomassa de microalgas e o leite em pó foram desidratados por liofilização, hidrolisados em solução ácida e caracterizada para quantificação de lipídios pelo método de Bligh & Dyer, proteínas por Kjeldahl e perfil de ácidos graxos por cromatografia a gás. Os teores de proteínas foram menores (p<05) no leite em pó com valor médio de 32,75 % (m/m) e 41, 33% (m/m) nas microalgas, indicando seu uso como fonte alternativa de proteínas em alimentos. Os teores de lipídios foram de 26,53% (m/m) no leite em pó e 9,10 % (m/m) para as microalgas. O perfil de ácidos graxos do leite em pó mostrou valores elevados de gordura saturada (72,91%) com destaque para o ácido palmítico correspondendo a mais de 50% dessa gordura, e valores médios de gordura monoinsaturada ácido oleico, (23,23%), e valores reduzidos de gordura poli-insaturada na forma de ácido linoleico, um importante precursor de ácidos graxos essenciais ômega 3, (1,65%) (m/m), sendo encontrados ácidos graxos. As microalgas apresentaram valores de 17,98%, 19,35% e 62,66% de ácidos graxos poli-insaturados, destacando-se valores de 7,11% do precursor de ácidos graxos essenciais, o ácido linoleico e o ácido graxo ômega 3, o ácido linolênico, compreendendo 37,88 % dos ácidos graxos totais e 60% do total de poli-insaturados. Os valores apresentados mostraram que essa microalga possui grande potencial de uso como suplemento alimentar, como fonte de grandes quantidades de proteínas e ácidos graxos essenciais com valores superiores a um produto importante na alimentação como o leite em pó integral. |