Resumo |
Os profissionais de saúde estão expostos a diversos riscos inerentes à prática profissional, dentre eles destaca-se os riscos ergonômicos, que são fatores que podem acometer sua integridade física e/ou mental, gerando desconforto ou doença. Este estudo teve por objetivo analisar a exposição dos profissionais de enfermagem atuantes na clínica médica e cirúrgica de uma unidade hospitalar aos fatores ergonômicos e relacioná-los com seu ambiente de trabalho e a adoção de práticas ergonômicas. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quali-quantitativa, desenvolvido nos setores de clínica médica e cirúrgica de um hospital de ensino no município de Viçosa- MG. Os participantes foram profissionais de enfermagem que atuavam nestes setores e aceitaram participar do estudo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os profissionais responderam a um questionário semiestruturado com questões sociodemográficas, informações laborais e questões sobre a ergonomia e o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QSNO). Os dados obtidos foram digitados, organizados e confrontados com a literatura. Participaram do estudo 30 profissionais, dos quais 83,3% eram do sexo feminino, a faixa etária variou de 24 a 60 anos e o tempo de profissão, de 9 meses a 25 anos. Um total de 29 profissionais afirmaram que suas tarefas requerem esforço físico significativo, destes, 21 referiram cansaço físico após o dia de trabalho. Dos 30 participantes, 22 relataram algum sintoma osteomuscular nos últimos 12 meses, sendo a região lombar a mais acometida (68,18%). Percebeu-se que a região lombar foi a mais sinalizada pelos profissionais em todas as questões do QSNO. A análise dos dados mostrou que os profissionais acima dos 40 anos foram os que mais relataram sintomas osteomusculares. Ainda, 63,3% dos profissionais consideraram que seu ambiente de trabalho não permite conforto e 33,3% referiram realizar um número excessivo de tarefas durante a jornada de trabalho. Foi possível perceber que os profissionais que referiram falta de conforto no trabalho, sinalizaram no QSNO o dobro do número de sintomas sinalizados pelos profissionais que afirmaram conforto. A temperatura no ambiente de trabalho foi considerada ideal por 83,3 % dos profissionais, já a iluminação foi apontada como inadequada por 36,6% dos participantes, em sua maioria, atuantes no período noturno. Do total, 28 profissionais afirmaram fazer uso da ergonomia no trabalho, apenas 17 referiram ter recebido orientações sobre a ergonomia e destes, 9 consideraram as orientações insuficientes. Conclui-se, portanto, que os profissionais de enfermagem se perceberam expostos a alguns fatores ergonômicos no ambiente de trabalho, cansados fisicamente e consideraram que o ambiente de trabalho não lhes permite conforto, tais afirmações implicaram em mais sintomas osteomusculares nesses profissionais, em relação aos que referiram maior conforto no trabalho. |