Resumo |
O veículo tipo baja é monoposto e robusto e deve estar de acordo com as regras de segurança e desempenho automotivo, definidas pelo regulamento SAE Brasil. Esses veículos têm que apresentar maior versatilidade de mobilidade, como capacidade de trabalho em terrenos de baixa sustentação, inclinados e irregulares. O campo do conforto e das percepções humanas, as vibrações mecânicas são de extrema importância para a dinâmica e para o projeto de veículos automotores. Dessa forma, objetivou-se com o presente trabalho determinar, por meio do método de elementos finitos, as frequências naturais do chassi do veículo projetado pela equipe UFVbaja, a fim de evitar ressonâncias com a frequência de trabalho do motor e da pista. Para a análise, foi utilizado o programa computacional Ansys Workbench®. O chassi do veículo foi modelado em CAD, no qual foram realizadas simplificações na geometria, em pontos de soldas e junções, para facilitar a geração posterior da malha de elementos. Foram utilizados elementos de casca, devido aos tipos de esforços e pela redução do custo computacional. Após a geração da malha e análise de convergência, foram aplicadas as condições de contorno. A análise modal foi realizada em condição livre-livre para aquisição dos 12 primeiros modos de vibrar do chassi e suas respectivas frequências naturais. Como modo de verificação das frequências adquiridas, os seis primeiros resultados, os quais representam os primeiros seis graus de liberdade (3 para translação e 3 para rotação) precisam ser iguais a zero. Após isso, foram analisados os resultados dos seis últimos modos e comparados com as frequências que o motor e pista podem transmitir para o chassi. Como um dos requisitos do projeto, tais frequências devem estar distantes das vibrações que colocam em risco a saúde do piloto, seguindo a norma ISO 2631. As vibrações mais perigosas para o corpo humano estão na faixa de frequências que vai de 4 a 15 Hz, sendo a faixa de 4 a 8 Hz crítica para a vibração do corpo todo e a faixa de 8 a 15 Hz, transmitidas ao corpo pela espinha. Os resultados encontrados foram: 0 Hz para os três primeiros modos; 0,004; 0,006 e 0,016 Hz para o 4°, 5° e 6º modos, respectivamente. Os valores importantes para análise, os quais foram comparados às frequência de trabalho do motor e pista, foram: 67,85; 79,23; 79,81, 107,12; 107,68 e 113,56 do 6° ao 12° modos de vibração, respectivamente. As vibrações de pista em que o veículo trafega é caracterizada por vibrações abaixo de 20 Hz e as vibrações provenientes do motor estão na faixa de 16,67 a 63,33 Hz. Considerando os valores encontrados, a sexta frequência natural requer atenção, visto que se aproxima da faixa de operação do motor, o que pode acarretar ressonância. Dessa forma, sugere-se para o projeto do novo chassi, uma alteração nos parâmetros de rigidez e massa de forma a deslocar as frequências fora da faixa de possíveis ressonâncias. |