Resumo |
O Programa de Residência Pedagógica (PRP) é um programa da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) que, em parceria com as universidades, tem como finalidade o aperfeiçoamento da formação inicial de professores da Educação Básica nos cursos de licenciatura. Os licenciandos selecionados para o programa são chamados de residentes e são inseridos nas escolas, onde são acompanhados por um docente orientador, que organiza o núcleo em âmbito geral, e de um professor preceptor, que atua diretamente na escola. Juntos, orientador, preceptores e residentes trabalham a fim de fortalecer e aprofundar a formação teórico-prática dos futuros profissionais da educação. O programa está organizado em núcleos por meio dos cursos em que os licenciandos realizam sua graduação. As residentes, autoras deste trabalho, participam do Núcleo Biologia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Campus Viçosa e atuam na Escola Estadual Santa Rita de Cássia (EESRC), localizada no Bairro de Fátima da cidade de Viçosa. A EESRC recebe principalmente alunos do próprio bairro e de bairros próximos, sendo alunos majoritariamente de baixa renda. A escola é aberta aos programas oferecidos pela UFV, tendo já recebido licenciandos de estágios supervisionados das diferentes licenciaturas e do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid). A chegada dos residentes, em novembro de 2022, não foi novidade, porém não passou despercebida. Os alunos ficaram empolgados e nostálgicos, trazendo relatos sobre experiências vividas com antigos estagiários e pibidianos que passaram pela escola. O corpo docente e funcionários da escola se portaram de forma a estarem acostumados com a inserção de alunos da UFV. Porém, observamos que estudantes e funcionários, ainda que receptivos, não possuíam conhecimento sobre o PRP. Mesmo que os residentes tenham sido apresentados em cada sala e de não surgirem contrapontos iniciais, foi necessário reforçar o papel deles, estimulando o respeito por parte dos alunos. Entendemos que o ‘não lugar’ dos residentes é uma situação vivida por licenciandos que atuam em escolas antes da conclusão do curso e é discutida na literatura como um processo natural, principalmente pela temporalidade da atuação. Porém, é necessário esclarecer e reforçar os objetivos da residência pedagógica, que diferentemente dos estágios supervisionados e do Pibid, os licenciandos participam ativamente de todas as atividades de um professor como regência, avaliações, reuniões semanais, conselhos de classe, sábados letivos e fechamento de diários, durante até 18 meses seguidos. Para que os objetivos do PRP sejam alcançados em plenitude é preciso um esforço de todos os sujeitos envolvidos, inclusive nós, residentes. Diante dessa percepção, sugerimos que haja maior diálogo entre a UFV e as escolas em que acontece o programa e que haja espaço, nas reuniões coletivas, para que preceptores e residentes possam compartilhar suas vivências formativas. |