Resumo |
As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), são um conjunto de recursos terapêuticos adotados pelo SUS, baseados nos saberes tradicionais. Ao todo são 29 práticas no sistema de saúde, dentre elas, a Fitoterapia, que utiliza das propriedades medicinais de plantas e vegetais no tratamento e prevenção de doenças. Porém, na medicina veterinária a adoção dessas práticas ainda é pouco utilizada. Um dos desafios que se encontra corriqueiramente na prática veterinária,é a infestação por ectoparasitas em cães e gatos, problema que também afeta as famílias que abrigam esses animais. Em contrapartida, muitos indivíduos não tratam seus animais por falta de recursos financeiros, pois os remédios tradicionais para o controle dos parasitas costumam ser dispendiosos para essas pessoas. Ademais, devido ao manejo inadequado desses medicamentos, nota-se um evidente crescimento nos casos de resistência a estes fármacos. Neste sentido, o projeto “Promoção da Saúde Única por meio de práticas de Medicina Veterinária Integrativa na Estratégia da Saúde da Família, em Viçosa, MG” foi criado com o objetivo de aliar o uso de fitoterápicos no controle de ectoparasitas em cães e gatos, por meio do acompanhamento e instrução de famílias que residem em bairros do município, que sofrem com infestação de pulgas e carrapatos de forma regular. Das atividades a serem executadas, serão prioritárias metodologias participativas, em que os indivíduos se tornem agentes de mudanças. Serão realizadas oficinas sobre a utilização das plantas medicinais no controle dos parasitas e o resgate dos saberes populares; também, haverá participação nas feiras de saúde da cidade, levando a temática de forma lúdica para a população em geral. Além disso, serão feitas visitas em casas previamente selecionadas para o acompanhamento da eficácia do fitoterápico. A partir disso, será feito um diagnóstico que forneça informações essenciais sobre o histórico daquele local e sobre a realidade vivida por cada família, permitindo o entendimento da rotina, das necessidades e dos fatores limitantes que dificultam o controle parasitário. Espera-se que além do resgate de saberes tradicionais e da participação da comunidade, obtenha-se melhoria na qualidade de vida dos animais, possibilitando a redução de pulgas e carrapatos e que os indivíduos envolvidos aprendam as técnicas de manejo corretas desse controle. Também serão elaborados produtos alternativos de baixo custo, de forma sustentável e eficaz para que a população possa reproduzi-los de forma doméstica. Assim, a utilização dos fitoterápicos para o controle de ectoparasitos pode ser uma alternativa financeiramente acessível às famílias e sustentável ao meio ambiente, promovendo autonomia da família sobre a saúde do seu animal. |