Resumo |
Introdução: A Doença Inflamatória Intestinal (DII) é uma doença autoimune, crônica, multifatorial e incurável, com alta prevalência global. Ela pode ser classificada em dois tipos principais: Colite Ulcerativa e Doença de Crohn. Dentre os fatores predisponentes para sua manifestação, tem-se a disbiose, que corresponde ao desequilíbrio da microbiota intestinal e se relaciona com a desativação das tight-junctions, o que promove um aumento da permeabilidade do intestino. Os probióticos são microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefício à saúde do hospedeiro. Esses benefícios tratam da interação entre probióticos e microbiota intestinal, a qual pode resultar em uma produção aumentada de mucinas e na preservação das vilosidades intestinais. Objetivo: avaliar o consumo de kefir de leite sobre a saúde intestinal de camundongos fêmeas knockout para a IL-10, por meio da análise morfométrica e de células caliciformes ácidas e básicas em parâmetros histológicos de camundongos C57BL/6J. Metodologia: 10 camundongos fêmeas knockout para a IL-10, foram divididos em 2 grupos, um deles recebendo kefir de leite e o outro leite integral UHT, via gavagem. O tratamento durou 4 semanas, e os animais receberam água e ração comercial ad libitum e após esse período os animais foram eutanasiados. Realizou-se o preparo das lâminas histológicas e a microtomia foi realizada obtendo-se cortes de 5 µm de espessura. As lâminas foram coradas com solução de alcian blue (AB) e ácido periódico de Schiff (PAS), de modo a determinar as células produtoras de muco. Fotomicrografias foram capturadas com objetiva de 20x, e medidas de comprimento e espessura das vilosidades, assim como contagem de células caliciformes, foram realizadas com auxílio do software ImageJ. A normalidade das variáveis foi determinada pelo teste de Shapiro-Wilk. O teste t foi utilizado para as análises de distribuição normal. Todas as análises foram realizadas no software Prism 8, assumindo um p < 0,05. Resultados: Não se observou diferença estatística em relação ao comprimento das vilosidades. Em relação a espessura, encontrou-se diferença entre os grupos (p = 0,0002), todavia o grupo kefir (média = 45.8801) apresentou menor espessura em comparação com o leite (média = 51.0779) – o que não condiz com a literatura. Não foi observada diferença estatística em relação ao teor de células caliciformes nas vilosidades intestinais entre os grupos. Conclusão: A oferta de kefir de leite aos animais não demonstrou diferença em relação aos parâmetros do estado inflamatório do intestino em camundongos fêmeas C57BL/6J, possivelmente devido ao tempo de experimentação. |