Resumo |
Os transtornos alimentares são condições psiquiátricas que possuem como característica alterações nas refeições ou no comportamento que envolve os hábitos alimentares. Tal condição é mais comum na adolescência, se em comparação às outras fases da vida. O objetivo do presente trabalho é apresentar a série histórica da prevalência de triagem positiva de transtorno alimentar em adolescentes de um colégio de aplicação da Zona da Mata de Minas Gerais, referente aos anos de 2008 a 2019. Trata-se de um estudo transversal realizado com estudantes do 1º ano do Ensino Médio do referido colégio. Foi realizada a análise do banco de dados contendo as respostas do questionário Eating Attitudes Test – 26 (EAT-26), do ano de 2008 a 2019, para a avaliação da triagem positiva para transtorno alimentar. O EAT-26 contém 26 perguntas, sendo as opções de respostas: "nunca ou raramente", que equivale a 0 pontos, "às vezes ou frequentemente", 1 ponto, "muito frequentemente”, 2 pontos, e "sempre", 3 pontos. Foi utilizado o software Excel e a função filtro do mesmo com o objetivo de identificar os adolescentes com triagem positiva para transtorno alimentar, ou seja, aqueles com pontuação igual ou maior a vinte. Diante da análise dos dados foi elaborada a série histórica da prevalência de triagem positiva de transtorno alimentar em adolescentes. Este trabalho está vinculado ao projeto "Atendimento nutricional a adolescentes de um colégio de aplicação: ações educativas de promoção da saúde e prevenção de doenças" aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (UFV) sob o nº 1.852.326 e registrado sob o número-PRJ 165/2013, no Registro de Atividades de Extensão-RAEX da UFV. Foram avaliados 1417 adolescentes, sendo 50,6% (n=717) do sexo feminino. A mediana de idade foi de 15 anos (mínimo=14; máximo=19). Identificou-se 9,2% (n=131) dos adolescentes com triagem positiva para transtorno alimentar, sendo a maior prevalência observada no sexo feminino – 72,5% (n=95). A série histórica apresenta a menor prevalência de triagem positiva no ano de 2019, sendo essa 1,7% (n=1) e a maior no ano de 2014, 15% (n=6). Observou-se que a prevalência de triagem positiva oscilou ao longo dos anos. Conclui-se que é importante a avaliação da triagem para transtorno alimentar, visto que o rastreamento possibilita a identificação do problema de forma precoce visando ações de prevenção. |