Resumo |
Compreendendo o racismo como algo estruturado em nossa sociedade e ao mesmo tempo, partindo de um compromisso ético e político e entendendo também a necessidade de fomentar maiores diálogos sobre as dimensões de raça, racismo e relações raciais na Educação Infantil, a presente pesquisa objetivou conhecer as experiências de educadores/as infantis da rede municipal da cidade de Teixeiras – MG em relação ao racismo no contexto escolar, bem como sensibilizá-los/as para atuarem na proposição de uma educação antirracista. Ancorada na proposta construcionista social de que as pessoas produzem sentidos a partir da relação com o outro, nessa pesquisa buscamos focar nas reflexões produzidas coletivamente pelo grupo. Para a construção desse trabalho, além de um estudo teórico trazendo termos e conceitos cruciais para entendermos o racismo, suas implicações no contexto educacional e o papel fundamental dos educadores no enfrentamento dessa violência, foi disponibilizado um questionário on-line via Google Forms e foram realizadas duas oficinas via Google Meet com os/as educadores/as infantis do município de Teixeiras - MG. Na primeira etapa (preenchimento do questionário), contamos com a participação de 1 educador e 24 educadoras que atuam no âmbito infantil. Já na segunda etapa foram realizadas duas oficinas: a 1ª oficina, contou com a participação de 40 pessoas. Já a 2ª oficina, contou com 25 participantes. No que diz respeito as experiências de racismo, foram relatadas nos questionários e, principalmente, nas oficinas muitas situações vivenciadas e/ou presenciadas dentro e fora do ambiente escolar, demonstrando como o racismo ainda é forte nas nossas relações e que essas situações não passaram despercebidas pelo grupo. Outro ponto relevante a ser destacado é que, a partir dos relatos de uma das educadoras, pudemos vislumbrar o quanto o racismo acarreta marcas indeléveis na vida das pessoas negras. Em relação à sensibilização, reconhecer a necessidade de uma educação antirracista e acreditar que ela é possível são pontos cruciais para que os educadores e as educadoras possam se sensibilizar e se movimentar na contramão desse sistema de opressão que é o racismo. Apesar de alguns educadores/as terem demonstrado a superação do primeiro ponto – entendendo a necessidade de uma educação antirracista – ainda é preciso superar a desesperança da parte de outros. Por fim, destacamos o papel fundamental das instituições escolares no combate ao racismo, ressaltamos que é imprescindível que os/as educadores/as tenham mais formação para tratar sobre a temática e enfatizamos a necessidade de um trabalho coletivo em âmbito municipal, estadual e federal, que possibilite mudanças no âmbito escolar, pois o racismo é um problema estrutural e para a sua desestruturação é necessária uma união que vise a construção de um sistema educacional antirracista. |