Resumo |
Introdução: A segurança do paciente tem sido objeto de estudo cada vez mais relevante por ser um grave problema de saúde pública. Neste sentido, o Programa Nacional de Segurança do Paciente propõe um conjunto de medidas para prevenção e redução da ocorrência de eventos que podem causar qualquer dano desnecessário ao paciente. No âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS), é necessária a incorporação de ações que visem implementar uma cultura de segurança, desde o primeiro contato do usuário com o serviço de saúde. Nesse cenário, destaca-se o profissional técnico de enfermagem, o qual atua em ações que demandam qualificação e atenção para minimizar os riscos frente à uma situação, como: realização de curativos, administração de medicamentos, aplicação de vacinas, coleta de amostras para exames, dentre outros. Objetivo: Compreender a concepção sobre o cuidado seguro e as ações exercidas pelos técnicos de enfermagem para promover a segurança do paciente na APS. Metodologia: Estudo qualitativo, de delineamento observacional do tipo transversal, realizado com 15 técnicos de enfermagem da APS de um município da Zona da Mata de Minas Gerais. A coleta de dados ocorreu no período de junho a agosto de 2022, por meio de entrevistas individuais com roteiro semiestruturado, contendo perguntas sobre a concepção, a importância do cuidado seguro e os desafios vivenciados pelos técnicos de enfermagem para promover a segurança do paciente na APS. Para a análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo de Lawrence Bardin. Foram atendidos os requisitos do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (Parecer Ético Nº 5.368.913). Resultados: A partir das entrevistas, notou-se que a maioria dos participantes não estavam familiarizados com o conceito de segurança do paciente e alguns apresentaram uma concepção fragmentada sobre o tema. Todavia, esses profissionais entendem como conceito de cuidado seguro a realização de um procedimento seguro, possuir conhecimento sobre suas ações e transmitir sentimento de segurança aos pacientes e, atestam que a segurança do paciente perpassa todos os momentos do atendimento ao indivíduo. Já em relação às ações desenvolvidas na busca de oferecer um cuidado seguro, alguns profissionais citaram a escuta qualificada e o momento de acolhimento. Entretanto, os profissionais não associam a identificação do paciente como ação que promove o cuidado seguro, embora a mesma ocorra nos cadastros dos usuários e no uso de prontuários. Além disso, não reconhecem quais etapas dos procedimentos realizados promovem a segurança do paciente, apesar de que quando questionados demonstram a importância de seguir os protocolos e realizar as ações de forma correta. Conclusão: Para a implementação de uma cultura de segurança do paciente na na APS, faz-se necessária a promoção do conhecimento sobre a temática, por meio de ações de educação permanente, a fim de minimizar os eventos adversos neste cenário. |