Resumo |
Introdução: A adolescência é a fase entre a infância e a vida adulta, que vai de 10 aos 19 anos, na qual o corpo passa por constantes mudanças fisiológicas, mentais e comportamentais, além de preocupações com a imagem corporal que podem promover maus hábitos, ignorando o que o corpo precisa. Objetivo: Avaliar o estado nutricional e risco cardiovascular em adolescentes de um Colégio de Aplicação, no período de 2002 a 2023. Metodologia: Utilizou-se um banco de dados com informações coletadas pelo projeto de extensão intitulado “Atendimento nutricional a adolescentes de um colégio de aplicação: ações educativas de promoção de saúde e prevenção de doenças - NutColuni”, voltado para alunos do primeiro ano de um Colégio de Aplicação da Zona da Mata de MG. Esse projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos (parecer 1.852.326). Ao longo dos anos, o projeto realizou avaliação antropométrica dos alunos, utilizando balança eletrônica para aferir o peso corporal e estadiômetro vertical para aferir a estatura. A medida de perímetro da cintura (PC) foi feita com auxílio de fita métrica inelástica. O Índice de Massa Corporal (IMC) foi calculado pela divisão do peso (kg) pela estatura (m) ao quadrado, e a classificação do estado nutricional foi realizada no software WHO AnthroPlus. Os referências e pontos de corte utilizados foram determinados pelo World Health Organization (2007), segundo sexo e idade. Já para risco cardiovascular foi utilizado a relação cintura-estatura (RCE), utilizando como ponto de corte valores maiores que 0,5. Resultados: De 2002 a 2023 foram avaliados 1.768 adolescentes, dos quais 51% (n=899) eram do sexo feminino. Com relação ao estado nutricional, 3,1% (n=55) dos adolescentes tinham baixo peso, 86,4% (n=1527) eutrofia, 7,9% (n=139) sobrepeso e 2,6% (n=47) obesidade. A avaliação do risco cardiovascular, através da RCE foi realizada em 983 adolescentes, dos quais 6,0% (n=58) apresentaram risco. Dentre os anos avaliados, 2015 teve maior percentual de baixo peso e sobrepeso, e 2008 maior percentual de obesidade. Conclusão: Percebemos como dado positivo que a maioria dos adolescentes avaliados não apresentou risco cardiovascular e houve maior número de eutrofia ao longo dos anos. Através do projeto e de seus resultados, é possível perceber a importância da avaliação do estado nutricional e risco cardiovascular de adolescentes, visto que doenças crônicas não transmissíveis e suas complicações podem surgir nessa fase e continuar ou mesmo se agravar na vida adulta. |