Resumo |
A incorporação de Materiais de Mudança de Fase (PCMs) em ambientes internos tem o potencial de aumentar o conforto de usuários e a eficiência energética de edificações. Entretanto, pesquisas com PCMs para climas quentes e úmidos, como grande parte dos climas brasileiros, é comparativamente menor que pesquisas para climas temperados. Poucos trabalhos avaliaram diferentes climas concomitantemente ou quantificaram a influência de parâmetros climáticos no desempenho de edificações com PCMs. As pesquisas em climas brasileiros indicam tendência de melhoria de desempenho do material para regiões mais frias. Entretanto, foi encontrado um número reduzido de trabalhos na literatura nacional e internacional acerca do tema. Além disso, resultados conflitantes foram observados em relação ao uso de PCMs em cidades com climas quentes. O objetivo desse artigo é investigar a influência de parâmetros climáticos no funcionamento de PCMs para a potencialização do conforto térmico dos usuários em escritórios nos climas brasileiros. Para isso, foi utilizado simulação termoenergética no EnergyPlus para 95 cidades brasileiras com conforto térmico adaptativo como indicador de desempenho. Para quantificar a influência dos parâmetros climáticos, foi utilizado a técnica de machine learning por Gradient Boosting e Feature Importance, e para agrupar as cidades, foi utilizado Análise de Componentes Principais. Os PCMs selecionados são existentes, fabricados pela empresa alemã Rubitherm® Technologies GmbH e foram selecionados os PCMs orgânicos denominados RT18HC, RT21HC, RT22HC, RT25HC, RT28HC e RT35HC. Os PCMs foram incorporados com 3cm de espessura na camada interna da parede, na superfície em contato com o ambiente interno. Os resultados mostram que a incorporação de PCMs têm potencial para aumentar o conforto térmico dos usuários em parte do Brasil, principalmente em cidades com temperaturas médias anuais abaixo de 21°C. Porém, esse aumento não é homogêneo, sendo mais relevante em regiões com temperaturas mais baixas e maior altitude. Se considerada as cidades com desempenho acima de 10%, os parâmetros climáticos que mais influenciaram foram a temperatura de bulbo seco, a umidade relativa e a direção de incidência do vento. |