Resumo |
Introdução: A gestação é um fenômeno fisiológico, inerente da natureza humana responsável por grandes transformações no âmbito físico-social da mulher. A principal forma de cuidados durante a gestação é o pré-natal. Este acompanhamento previne ou detecta precocemente possíveis alterações maternas e/ou fetais, identificando assim os riscos gestacionais. A gravidez de alto risco pode ser causada por doenças maternas antecedentes ou gestacionais. Por isso, torna-se essencial o acompanhamento e o controle por profissionais em todos níveis de Atenção à Saúde. Objetivo: Investigar os antecedentes gineco-obstétricos e clínicos das gestantes de alto risco assistidas em unidade de referência. Metodologia: O estudo foi realizado com gestantes de alto risco, assistidas no CEAE, do município de Viçosa, MG. Faz parte de um projeto aprovado pelo comitê de ética da UFV sob o parecer 5.664.638. Após assinatura do TCLE, aplicou-se um questionário estruturado, abordando questões como condições sócio-demográficas, fatores ambientais, antecedentes de saúde, fatores associados à gravidez de risco, histórico gineco-obstétrico, avaliação nutricional, nível de atividade física, acesso aos serviços de saúde, além de condutas terapêuticas e plano de cuidados. Resultados: Foram entrevistadas 45 gestantes (dados parciais). Dentre as mulheres avaliadas nove eram nulíparas e três multíparas, três haviam realizado cesárea anteriormente, 29 relataram já ter realizado o exame de Papanicolau e seis relataram ter apresentado alguma infecção sexualmente transmissível. Quanto a história obstétrica 19 das gestantes tinham o intervalo interpartal menor de cinco anos, foram observados problemas como aborto tardio, mortalidade perinatal, incompetência istimocervical, acretismo placentário, pré-eclampsia, síndrome HELLP e síndrome hemorrágica. Em relação às condições clínicas pré-gestacional a patologia mais evidente foi a hipertensão arterial. Dentre as outras patologias foram identificadas mulheres com endocrinopatia, cardiopatia, pneumopatia, doença trombótica e transtorno mental. Conclusão: Verificou-se grande número de muitas mulheres que não realizaram exame de Papanicolau, além da observação de pequeno intervalo interpartal em algumas delas, o que representa menor espaço reservado para recuperação fisiológica e nutricional, aumentando, por exemplo, as chances de aborto, pré-eclampsia, síndrome hemorrágica, e sendo um importante fator a ser observado na prevenção de uma gravidez de risco. A hipertensão arterial evidencida entre as mulheres do estudo, também é um complicador para o desfecho da gestação. O estudo demonstra a importância da assistência pré-natal evitando complicações que possam surgir durante o processo. Atentar para o histórico gineco-obstétrico de cada paciente, são fundamentos básicos na promoção de um cuidado integral e eficiente na laboração do plano de intervenções. |