Resumo |
Este trabalho se dedica a analisar a participação de Muriaé no programa desenvolvido pela organização internacional Cidades e Governos Locais Unidos – CGLU, denominado Cultura nas cidades sustentáveis. Aprendendo com Cultura 21 Ações ou Cidades Piloto da Agenda 21 da Cultura. O objetivo principal desta pesquisa é analisar e relatar a experiência e os desafios da implantação do programa cidade piloto da agenda 21 da cultura, da CGLU no município de Muriaé-MG. Para responder ao objetivo geral, especificamente, pretendeu-se: investigar a relação da cultura com o desenvolvimento sustentável de cidades; analisar os programas da CGLU, Agenda 21 da Cultura, Cultura 21: Ações e Cidades Sustentáveis, Aprendendo com Cultura 21: Ações; descrever e analisar o programa no âmbito de Muriaé; identificar e analisar as políticas públicas propostas para Muriaé que utilizem a cultura como estratégia de desenvolvimento sustentável. Em temos teórico-metodológicos, a presente pesquisa se define por ser de natureza aplicada, com objetivos de caráter descritivo-exploratório e a abordagem foi conceituada como qualitativa. É considerada como uma pesquisa-ação ou investigação-ação participativa, segundo David Tripp (2005), pois além da investigação dos temas abordados nessa pesquisa há a ação no campo da prática. Para compreender o papel da cultura no desenvolvimento local sustentável, estabeleceu-se a trajetória dos conceitos de desenvolvimento: primeiramente, a perspectiva baseada em crescimento econômico; posteriormente, sua evolução para o conceito de sustentabilidade em três dimensões (econômica, social e ambiental); e o conceito mais contemporâneo que considera a cultura como quarto pilar do desenvolvimento sustentável; e, por fim, a cultura como desenvolvimento sustentável. Ao analisar a simbiose entre cultura e economia, a cultura passa a ser considerada como ativo, agregador de valores intangíveis na economia criativa. O papel da cultura na cidade criativa passa por várias imbricações de cunho: simbólico, econômico, turístico e urbano, possibilitando a formação de um ambiente criativo e inovador. O debate da cultura e sua relação com a cidade e como ela pode ser instrumento de regeneração urbana, a considerou como elemento chave para se alcançar o ODS 11, “tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis”. A CGLU ao elaborar a Agenda 21 da Cultura propõe diretrizes e métodos que contribuem para a defesa de fatores culturais no paradigma das cidades sustentáveis, auxiliam as cidades a compreender a ligação entre cultura e desenvolvimento sustentável, permitem a concepção de ações inovadoras através da colaboração entre governo, setor privado e sociedade civil. A participação de Muriaé como Cidade Piloto proporcionou uma experiência de desenvolvimento local tendo os processos culturais como perspectiva central na formulação de políticas públicas para Muriaé como cidade criativa e sustentável. |