Resumo |
A COVID-19, é uma doença infecciosa provocada por um novo coronavírus (SARS-CoV-2), com alta taxa de transmissão, podendo se manifestar de forma sintomática e assintomática, sendo que, em ambos os casos os índices de mortalidade são elevados. O objetivo do estudo foi avaliar a associação entre o número de sintomas e diagnóstico da COVID-19, com os fatores sociodemográficos e comportamentais durante o isolamento social. Estudo transversal, epidemiológico (nº de parecer 4.932.423), realizado entre setembro e outubro de 2021 com 1655 integrantes (discentes e servidores em atividade), de ambos os sexos e idades entre 17 a 72 anos da Universidade Federal de Viçosa – Minas Gerais. Via Google Forms, aplicou-se o questionário adaptado do "ConVid: Pesquisa de Comportamentos" e a versão curta do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ). A associação apresentando como desfecho a razão de chances do número de sintomas da COVID-19, considerando “1 a 3 sintomas” vs. ‘nenhum” e “4 ou mais sintomas" vs. “nenhum", foi realizada por meio da regressão multinomial com Intervalo de Confiança (IC) de 95%, (p < 0,05) e a regressão logística binária para associação com diagnóstico da COVID-19. Dos 1655 participantes do estudo, a maioria possui até 39 anos (82,5%) e sendo do sexo feminino (57,4%). Como resultados principais, observou-se que a faixa etária entre 60 anos (OR= 0,36; IC95%: 0,78 - 2,14; p= 0,004) e os homens (OR= 0,6 9; IC95%: 0,54 - 0,88; p= 0,003) obtiveram menos chances de não terem sintomas da COVID-19. Além disso, conter uma doença crônica (OR= 2,31; IC95%: 1,58 - 3,36; p < 0,001) e autoavaliar-se com o estado de saúde ruim ou péssima (OR= 1,86; IC95%: 1,01 - 3,39; p= 0,044), foram fatores que contribuíram para chances elevadas de terem 1 a 3 sintomas quando comparado com nenhum. Enquanto apresentar má qualidade de sono (OR= 2,00; IC95%: 1,55 - 2,58; p < 0,001); consumir bebida alcoólica (OR= 1,68; IC95%: 1,30 - 2,16; p < 0,001) e fumar (OR= 1,80; IC95%: 1,16 - 2,78; p= 0,008) contribuíram para terem 4 ou mais sintomas. O risco de diagnóstico para a COVID-19 foi maior entre aqueles menos ativos fisicamente (OR= 1,34; IC95%: 1,04 - 1,64). Em suma, o presente estudo mostrou que pessoas acima de 60 anos, homens, com diagnóstico de doença crônica, autopercepção negativa da saúde, qualidade do sono ruim e que consomem bebida alcoólica e tabaco, apresentaram mais sintomas da COVID-19 durante o período pandêmico, o que foi agravado para aqueles que não atingiram as recomendações do nível de atividade física (150 minutos/semana), que foram mais susceptíveis à infecção. |