Resumo |
O modelo de Heisenberg é amplamente aplicado no estudo de sistemas magnéticos em física da matéria condensada sendo capaz de descrever diferentes comportamentos. Dentre estes, encontra-se a possibilidade da existência de soluções com estabilidade topológica, como vórtices e skyrmions, que devido ao caráter topológico, são estáveis sob deformações suaves e contínuas, levantando a possibilidade da utilização destas soluções como meio de armazenamento de informações. Esse é um modelo utilizado na física estatística para descrever e estudar pontos críticos e transições de fase em sistemas magnéticos, levando em conta a natureza quântica dos spins do material estudado. O modelo J-Q é uma variação do modelo de Heisenberg onde são adicionados dois termos J e Q, o primeiro relacionado ao aumento da interação de troca de Heisenberg e o segundo representa o papel de uma interação de competição entre os spins. A adição desses parâmetros simula interações, e consequentemente fenômenos, presentes em sistemas frustrados, com aplicações notórias em simulações de Monte Carlos quântica. O modelo J-Q foi amplamente aplicado no estudo de sistemas que não possuem campos externos aplicados, situação que leva a uma transição de fase quântica de um estado antiferromagnético para o estado VBS (Valence-bond solid). A existência de um campo magnético externo no sistema produz o chamado modelo J-Q-h. Esse modelo leva a aspectos interessantes do ponto de criticalidade quântico desconfinado, que mostram a evidência da existência de fenômenos como a transição BKT (Berezinskii–Kosterlitz–Thouless), que está relacionada com pares de vórtices e anti-vórtices. Motivados pela aplicabilidade de fenômenos emergentes presentes no modelo estudado, realizamos neste trabalho um estudo sobre a criticalidade quântica desconfinada do modelo J-Q-h bidimensional, através de uma revisão bibliográfica de trabalhos presentes na literatura, destacando os resultados presentes no assunto, além de possíveis aplicações dos fenômenos observados. |