“Inteligência Artificial: A Nova Fronteira da Ciência Brasileira”
19 a 24 de outubro de 2020
Trabalho 14492
| ISSN | 2237-9045 |
|---|---|
| Instituição | Universidade Federal de Viçosa |
| Nível | Graduação |
| Modalidade | Pesquisa |
| Área de conhecimento | Ciências Humanas e Sociais |
| Área temática | Letras |
| Setor | Departamento de Letras |
| Bolsa | Outros |
| Conclusão de bolsa | Não |
| Primeiro autor | ES86643 |
| Orientador | ADELCIO DE SOUSA CRUZ |
| Título | Espelho dúplice: a (des)construção da identidade de Bento Santiago |
| Resumo | Pecadoras, ardilosas e submissivas. Dos primórdios da humanidade e, sobretudo, sob o influxo de literaturas religiosas, as mulheres foram associadas ao pecado que resultou na “queda do homem” e condenadas à subordinação diante da figura masculina - leitura advinda, especialmente, de narrativas ocidentais. Portanto, este trabalho teve como objetivo analisar o esfacelamento da identidade de Bento Santiago, personagem narrador de “Dom Casmurro” (1899) em oposição à Capitolina/Capitu. Analisou-se, ainda, sob quais aspectos sociais a personagem é construída através da ótica única de Bento Santiago e como o narrador, embora focalize Capitu, apresenta notáveis desvios em relação à representação de personagens do gênero masculino construídos no Brasil oitocentista, que ao longo da narrativa, vai apresentando um progressivo apagamento de si mesmo. Diante dos entraves históricos e sociais, as mulheres tornaram-se musas para os literatos, sendo retratadas conforme o modelo clássico e idealizado de mulher. Fala-se das e pelas mulheres, movendo-as para a periferia da obra, naturalizando o seu silenciamento. A construção da personagem feminina, realizada a partir da ótica masculina, confere-lhe um falso vozeamento, uma vez que sua representação orbita em torno do universo centralizador masculino. Partindo-se destes pontos, tinha-se como objetivo central observar as particularidades do narrador-protagonista que expõe todos os fatos, apresentando um ponto de vista subjetivo, fazendo-se necessário examinar como esse exercício ocorre, uma vez que concebemos as digressões em tom memorialístico em que a história é narrada através do olhar central e ambíguo de um único personagem. Metodologicamente, desenvolveu-se uma análise teórico-crítica da obra machadiana, valendo-se de leituras teóricas de textos que abordam tanto o estudo do autor, quanto a sua relação com o estereótipo de gênero. A análise focalizou-se na construção das personagens, efetivando uma análise comparativa entre eles por meio das temáticas da imprecisão narrativa, do discurso religioso, da subversão e da afirmação do poder masculino, utilizando como aparato teórico Caldwell (1960), Siqueira (1997), Bosi (1999) e Adorno (2008). Além destes, foram utilizadas teorias complementares acerca do viés social com Couto (2016), Miskolci (2011) e Schwarz (1997). Portanto, concluiu-se por meio deste trabalho que Bento carrega uma espécie de espelho duplo durante toda a narrativa, de modo a alterná-lo de lugar constantemente no desenvolvimento da obra, revelando mais sobre o seu próprio reflexo do que a imagem de Capitu que tenta projetar, dessa forma, a sua identidade toma forma pela oposição, evidenciando as suas transgressões em relação aos papéis sociais heteronormativos. |
| Palavras-chave | Esteriótipos sociais, Dom Casmurro, Machado de Assis. |
| Forma de apresentação..... | Painel |
| Link para apresentação | Painel |
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