Resumo |
Nós professoras/es, passamos por inúmeras situações que põem à prova os aprendizados da graduação. Para lidarmos com elas temos que reinventar nossa prática. Este trabalho visa apresentar uma experiência de ensino a partir dos desafios, frustrações e aprendizados do cotidiano docente e o planejamento, execução e avaliação de uma atividade de ciências sociais realizada com 20 crianças de 4 anos do Laboratório de Desenvolvimento Infantil/LDI da UFV. Esta atividade de ensino foi desenvolvida a partir da seguinte metodologia: com base nas curiosidades apresentadas pelas crianças elaborei uma atividade lúdica com foco em Ciências Sociais, cujo objetivo foi apresentar a função social dos equinos, onde e como eles são utilizados no cotidiano das pessoas: transporte, lazer, esporte. Após o planejamento, fiz fichas com imagens de cavalos em distintas situações: puxando carroça, hipismo, polo, guarda policial montada e passeios. No verso colei um texto explicativo referente à imagem. A atividade parecia interessante, com imagens chamativas. Apresentei as fichas para as crianças, disse que elas seriam disponibilizadas na Área de Ciências, à mesa, onde conversaríamos mais sobre elas. Para minha frustração, a atividade “deu errado”. As crianças não demonstraram interesse, permaneceram pouco tempo na Área de Ciências, manuseavam brevemente as fichas e, em seguida, buscavam outra atividade. Quando as convidava, diziam não querer participar. Diante disso, o sentimento foi de frustração. Mas, com base em minha formação em Educação Infantil, busquei repensar minha prática e novas formas de atingir o objetivo, tornando a atividade lúdica e prazerosa. Fui à procura de auxílio na coordenação pedagógica do LDI, levando minha angústia, procurando uma nova estruturação da atividade, questionando se seria pertinente mudar o local da mesma. A coordenadora apoiou a ideia, salientando que não é porque a atividade não acontece do jeito que queremos que tenha dado "errado”, mas, o importante é rever o processo e tomar consciência, para inovar a prática. Sendo assim a desenvolvi com outros recursos. Na Área de Blocos disponibilizei vários cavalos de brinquedo, junto a blocos de madeira de diferentes tamanhos e formas. Me sentei com as crianças e comecei a indaga-las sobre as fichas. A diferença foi que, naquele momento, elas tinham de concreto as fichas, os cavalos e blocos para auxiliarem na assimilação do conteúdo. Elas se envolveram, fizeram estábulos, representaram o cavalo no hipismo, compararam tamanho e cores dos animais de brinquedo com os das imagens, contaram suas experiências com cavalos, sendo este o resultado deste processo de fazer e refazer docente. Ao ver a interação das crianças me senti realizada, motivada a dar continuidade a meu trabalho. Percebi que na profissão docente nem sempre as coisas saem como planejado, mas que nem por isso devemos estagnar ou fazer o mínimo, sendo este o grande aprendizado docente que conclui a experiência aqui apresentada. |