Resumo |
Tendo em vista a necessidade da Logística Reversa (LR), o Conselho Regional de Farmácias de Minas Gerais (CRFMG), criou um programa intitulado Traga de Volta, onde estabelecimentos farmacêuticos são cadastrados para coletar medicamentos domiciliares vencidos e não mais utilizados, a fim de que sejam destinados corretamente. O objetivo do presente estudo é pesquisar o histórico do Traga de Volta, avaliando os principais aspectos que envolvem a sua execução, assim como entender a percepção dos responsáveis pelos pontos de coleta e representantes do CRFMG, nas ações do programa. Como procedimentos metodológicos foram realizados o levantamento de dados sobre a trajetória do Traga de Volta, por meio da pesquisa bibliográfica, documental e aplicação da metodologia qualitativa de análise e coleta de dados utilizando questionários direcionados a especialistas. Com base nos materiais de divulgação do próprio programa e na literatura científica sobre o tema, foram selecionados os prováveis itens que na visão dos especialistas, foram benefícios ou entraves à execução do Traga de Volta. Na coleta de dados, a técnica utilizada foi o método Delphi, que busca a opinião dos especialistas, de forma anônima, em relação ao programa, tentando encontrar um consenso. Foram convidados a participar da pesquisa, os representantes do CRFMG e os farmacêuticos responsáveis pelos pontos de coleta de resíduos medicamentosos no programa, totalizando 22 especialistas, dos quais dez participaram de todas as etapas. Cabe ressaltar que, todos os protocolos de pesquisa foram submetidos e autorizados pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (UFV) - nº 3.520.955. Por meio dos resultados, pode-se perceber que em 2012 foram realizados estudos iniciais sobre LR de medicamentos em Minas Gerais, com a execução de campanhas de recolhimento de resíduos farmacêuticos, intituladas Traga de Volta. Com base nessa experiência, o CRFMG, lançou em 2017, o programa Traga de Volta, entretanto, o mesmo foi paralisado em 2018, contando na época com 25 estabelecimentos cadastrados. Em relação às informações obtidas por meio da aplicação do método Delphi, quanto aos benefícios do programa, o item prioritário de consenso (Coeficiente de Variação: CV <15%) entre os entrevistados foi a associação da imagem das farmácias cadastradas, como empresas ambientalmente sustentáveis e inovadoras. Por outro lado, quanto aos entraves, não foi possível encontrar consenso (CV: > 30%) entre os especialistas entrevistados, apesar disto, a dificuldade mais relevante para os entrevistados foi o custo das etapas da LR. Com base nisso, foi possível concluir que o benefício elencado pelos entrevistados “associação da imagem das farmácias, como empresas ambientalmente sustentáveis e inovadoras” auxilia os estabelecimentos na busca do desenvolvimento sustentável alinhado com as demandas do mundo contemporâneo. |