Resumo |
Nas unidades de produção de carvão vegetal, comumente são feitas medições de temperatura dos fornos a fim de monitorar e controlar o processo de carbonização em função das faixas de degradação da madeira. Tais temperaturas são tidas como referência para qualquer tomada de ação ou intervenção para conduzir o processo de carbonização. Portanto, as medições realizadas pelos operadores, por meio de pirômetros, devem ser mais precisas possíveis, ou seja, com menor erro de medição e desvios em torno da temperatura ótima desejada no forno de produção de carvão vegetal, visando homogeneidade do processo e melhor rendimento/qualidade do carvão vegetal. Dentre os erros mais comuns, destaca-se a inclinação do aparelho e a distância do ponto de medição, dentre outras variáveis, e essas podem acarretar divergências nas aferições e, consequentemente, erros nas tomadas de ações para o acompanhamento do processo, visto que vários operadores atuam neste monitoramento. O teste de repetitibilidade e reprodutibilidade é uma análise feita quando é de interesse reduzir as fontes de variação do processo, observando qual principal ponto de variação e o momento correto de fazer um ajuste. O resultado final do teste indica se a medição está adequada para a aplicação pretendida. Assim, objetivou-se com este estudo analisar se as medições das temperaturas dos fornos de produção de carvão vegetal, por meio de pirômetro, realizadas pelos operadores estão próximas e dentro de um padrão aceitável para a decorrente situação. A avaliação foi realizada com 9 carbonizadores (operadores), em 5 repetições com cada um. Utilizou-se um forno retangular industrial, em processo de carbonização, contendo 16 tubos de aço para as coletas das temperaturas. O software utilizado para análise foi o Minitab, o qual os dados das temperaturas, obtidos em °C, foram lançados e processados para o estudo de repetitibilidade e reprodutibilidade. De acordo com os resultados, o sistema de medição foi responsável por 51,52% da variação dos dados, sendo a repetitibilidade e a reprodutibilidade problemas estatisticamente iguais para o sistema. O critério de avaliação implica que valores acima de 30% são considerados inaceitáveis, ou seja, há diferença significativa entre as medições aferidas pelos carbonizadores, de forma que a variação é inaceitável e não contundente para o processo avaliado, podendo haver divergências significativas na condução da carbonização entre os operadores. Conclui-se que este método de medição foi inconsistente entre os operadores, necessitando de treinamento sobre a correta forma de se medir a temperatura por meio do pirômetro, ou até mesmo automação dos fornos, diminuindo, assim, os erros nas obtenção das temperaturas. |