Resumo |
Na busca pela redução da dependência dos combustíveis fósseis e opções para diversificar a matriz energética, a biomassa florestal é uma das fontes de energia renovável com maior potencial de desenvolvimento nos próximos anos. As principais conversões termoquímicas da madeira em energia são a queima direta e a pirólise (produção de carvão vegetal). O Eucalyptus globulus é utilizado, principalmente, para produção de celulose/papel e extração de óleos essenciais e vem sendo pesquisado nos últimos anos, também, para geração de energia. Vale salientar que de, modo geral, ainda é escassa a literatura a respeito das propriedades da madeira do Eucalyptus globulus para fins energéticos, apesar que algumas de suas características já são conhecidas e podem qualificá-lo para produção de energia. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial energético da madeira de clones de Eucalyptus globulus. Foram avaliados quatro clones (1, 2, 3 e 4), em cinco árvores/repetições, totalizando 20 unidades amostrais. De cada árvore, foram retirados seis discos, correspondentes a 0%, DAP (diâmetro altura do peito), 25%, 50%, 75% e 100% da altura comercial. Determinou-se a densidade básica no sentido longitudinal. O poder calorífico superior e composição química estrutural foram obtidas a partir de amostras compostas por árvore. Os resultados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e quando estabelecidas diferenças significativas, os tratamentos foram comparados entre si por meio do teste de Tukey a 5% e 10% de significância. De acordo com os resultados não houve diferença significativa do clone quanto ao teor de lignina total, que variou de 31,7 a 33,8%. Os teores de holoceluloses variaram de 61,1 a 65,9%, tendo o clone 2 maior percentual médio. Logo é esperado que o mesmo forneça menor rendimento em carvão vegetal, visto que as hemiceluloses e celulose são menos resistentes a degradação térmica em relação a lignina. O clone 4 obteve o maior teor de extrativos (5,5%), sendo esse diferente dos demais. Não houve diferença significativa no poder calorifico superior. Os maiores valores de densidade básica foram obtidos para os clones 1, 3 e 4, e os clones 3 e 4 tiveram também maiores valores de densidade energética. Conclui-se que o clone 3 por ter maior teor de lignina, maior densidade básica e energética, é o mais indicado para a produção de energia térmica e também para produção de carvão vegetal. |