“Inteligência Artificial: A Nova Fronteira da Ciência Brasileira”

19 a 24 de outubro de 2020

Trabalho 14210

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Agrárias
Área temática Sociologia
Setor Departamento de Economia Rural
Bolsa CNPq
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Isabela Renó Jorge Moreira
Orientador ALAIR FERREIRA DE FREITAS
Outros membros Joyce Santana Bernardo, Renato César Cota Miranda
Título O papel e desafios das cooperativas no abastecimento do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) em municípios de médio e grande porte de Minas Gerais
Resumo Este estudo visa compreender o papel do cooperativismo da agricultura familiar no desenvolvimento de uma política pública de compra governamental, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). O objetivo geral é identificar o papel e os desafios das cooperativas da agricultura familiar no abastecimento desse mercado institucional em municípios de médio e grande porte de Minas Gerais. Há uma grande demanda do PNAE por alimentos oriundos da agricultura familiar (AF), mas pouco se sabe a dimensão do acesso em municípios de médio e grande porte, principais consumidores do estado, e menos ainda sobre o papel que as cooperativas assumem nesse contexto. A pesquisa possui abordagem qualitativa e caráter descritivo, e foi realizado um estudo multicasos em 5 municípios: Belo Horizonte, Uberlândia, Juiz de Fora, Montes Claros e Governador Valadares. Foram aplicados roteiros de entrevistas semiestruturadas com representantes de cooperativas e do poder público local, a fim de compreender as influências das cooperativas no PNAE, sua importância na rede de implementação e os desafios enfrentados por elas nesse processo. Como resultado, notou-se que em 2017 e 2018 nenhum dos municípios analisados conseguiu alcançar o mínimo de 30% exigidos pela Lei nº 11.947/2009. Em 2017, três municípios estudados compraram menos de 15% de produtos da AF, e no ano de 2018 o percentual variou entre 4,9% e 28%. Ademais, em 2018, em quatro municípios, cerca de 90% dos alimentos adquiridos da AF foram provenientes de cooperativas. Percebe-se, então, que as cooperativas são atores centrais na execução do PNAE, principalmente para a compra de produtos da AF nos municípios. Elas atuam conjuntamente com nutricionistas, Secretarias de Educação e de Agropecuária, Sindicatos de Trabalhadores Rurais, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural. Contudo, a participação das cooperativas em relação ao montante de recursos destinados à aquisição de alimentos da AF é pequena, apresentando expressivo potencial de expansão. Porém, as prefeituras encontram dificuldades operacionais em ampliar a porcentagem vendida, bem como as organizações da AF expressam limitações impostas a sua participação efetiva na oferta de alimentos. Os principais desafios para implementação, identificados pelos entrevistados, estão relacionados à elaboração e execução dos contratos de compra e venda, especificamente sobre à falta de informações e de diálogo entre cooperativas e gestores públicos, baixos valores pagos pelos produtos, a complexa logística de entrega dos produtos nas escolas e a falta de organização produtiva dos agricultores. Conclui-se que as cooperativas são essenciais para a execução do PNAE, o qual tem impactado positivamente na vida das famílias rurais no estado. Porém, o poder público precisa compreender que essa ação não é apenas um contrato de compra e venda, mas também uma política de inclusão produtiva e de segurança alimentar e nutricional, sendo benéfica para além da dimensão econômica.
Palavras-chave Cooperativismo, Agricultura familiar, PNAE
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
Gerado em 0,70 segundos.