Resumo |
Introdução: O leite de vaca é largamente consumido em todo o mundo, sendo uma das principais fontes protéicas da dieta. Por ser a primeira fonte estranha a ser introduzida, pode desencadear reação alérgica na infância (SILVA, SILVA, RIBEIRO, 2020). Considerando esse problema, as bebidas vegetais são fontes alternativas que podem auxiliar no fornecimento de nutrientes para adequar a alimentação. Objetivo: Avaliar os aspectos sensoriais e nutricionais das bebidas vegetais para crianças com alergia/intolerância ao leite. Metodologia: A pesquisa foi desenvolvida na disciplina Pesquisa com Alimentos do curso de Nutrição para atender uma demanda do Centro Estadual de Atenção Especializada da Prefeitura Municipal de Viçosa. Primeiramente, realizou-se uma pesquisa sobre matérias-primas que poderiam ser utilizadas, assim como seu custo e teor proteico. De acordo com o teor protéico da matéria-prima, foram divididas em: bebida vegetal proteica (sementes de girassol, gergelim, feijão branco, sementes de abóbora, alpiste, painço, grão de bico e amendoim) e bebida vegetal não protéica (aveia em flocos, canjica, arroz branco e integral, coco, batata doce e inhame). O modo de preparo das bebidas vegetais consistiu em descascar e cozinhar os vegetais ou realizar o remolho das sementes e leguminosas e em seguida, adicionar água e batê-los no liquidificador até se tornar uma mistura homogênea. Por fim, o extrato vegetal foi coado. As bebidas foram avaliadas sensorialmente pelos alunos, utilizando uma escala hedônica estruturada de 9 pontos, no qual 1 era desgostei muitíssimo e 9, gostei muitíssimo. Analisaram-se sabor, cor, peso dos resíduos, volume das bebidas e o teor protéico das mesmas pelo método de Kjeldahl. As bebidas selecionadas foram aquelas que obtiveram melhores características sensoriais e/ou maior teor proteico. Resultados: A bebida vegetal com maior teor protéico foi a semente de abóbora sem casca crua (1,98%), se aproximando do leite de vaca (2%), e as bebidas de menor teor foram as de feijão branco cru e painço cru (0,1%). Em relação à análise sensorial, a bebida elaborada com alpiste obteve a melhor nota, 7,8 (gostei muito), seguida da semente de girassol 7,0 e feijão branco cru 5,0, a pior nota foi atribuída à bebida de inhame 4,2 (desgostei ligeiramente). A bebida vegetal elaborada com aveia e girassol obteve maior teor proteico de 3,16% e melhor sabor. Conclusões: Nota-se que é possível a bebida vegetal se aproximar sensorialmente do leite de vaca e ainda alcançar teores protéicos na mesma faixa, podendo contribuir para a segurança alimentar, saúde e nutrição. Ressalta-se ainda, a importância da bebida vegetal para o fortalecimento da inclusão social de crianças alérgicas/intolerantes ao leite de vaca. |