Resumo |
Desde o ano 2000, os professores de Ecologia do Departamento de Biologia Geral da Universidade Federal de Viçosa (UFV), implementam na disciplina de Ecologia Básica - BIO 131, estratégias de ensino que valorizam e abrangem toda a diversidade de aprendizado encontrado em sala de aula. No segundo semestre de 2018, foi implantada a avaliação diagnóstica, com o objetivo de (i) identificar lacunas na aprendizagem através dos erros em questões avaliativas; (ii) analisar esta prática pela perspectiva dos estudantes, e (iii) sua possível relação com as características dos mesmos. A avaliação diagnóstica consistiu na retomada das questões em aula que os alunos tiveram maior dificuldade nas provas. A perspectiva dos alunos foi mensurada por meio de uma pesquisa anônima usando formulário do Google®️ disponibilizado ao final do semestre, onde foi perguntado “Quanto você acha que a avaliação diagnóstica contribuiu para o seu aprendizado?” variando de 0 a 5, e “Como você acha que a repetição de questões de provas anteriores afetou sua nota na prova?” de -2 a +2, respectivamente. Para identificar os assuntos mais errados na primeira prova, todas as questões de todas as provas dos 88 estudantes da disciplina, foram analisadas separadamente para os turnos diurno e noturno por meio da ANOVA com o acerto como variável resposta “pontuação nas questões mais frequentemente errada pelos alunos” (Y1) e “pontuação nas demais questões da prova” (Y2). As questões que obtiveram o maior erro foram discutidas novamente em sala de aula e retomadas na segunda prova. Segundo 39,8% dos estudantes, a avaliação diagnóstica contribuiu muito (nota 5) para seu aprendizado, seguido de 34,1% estudantes dando nota 4, 17,0% dando nota 3, 8,0% dando nota 2, e 1,1% (um estudante) dando nota 1, significando que para ele, a avaliação diagnóstica não contribuiu em quase nada. Para 47,7% dos estudantes, a repetição de questões de provas anteriores afetaram positivamente sua nota na prova, seguido de 19,3% que acharam que não afetou, 17,0% “foi negativo”, 14,8% “foi muito positivo” e 1,2% acharam que “foi muito negativo”. As questões mais frequentemente erradas diferiram entre turnos, enquanto no diurno as frequências de erros foram menores, e o grupo de mais erradas abrangeu quatro questões, no noturno houve maior frequência de erros, que se concentraram em uma única questão. O debate sobre os assuntos que obtiveram maior erro nas questões da prova demonstra, pela perspectiva dos estudantes, que se faz necessário a adoção de várias formas de aprendizagem e a valorização do olhar discente perante o processo de ensino. O próximo passo será avaliar se houve aumento significativo nas pontuações para as questões que foram retomadas em aula. |