Resumo |
As políticas de assistência estudantil presentes no Ensino Superior podem modificar as percepções do estudante em relação à segurança e ao pertencimento à comunidade acadêmica, contribuir para a sua permanência na instituição e influenciar na qualidade do seu aprendizado. O objetivo desse trabalho, que é um recorte da pesquisa de mestrado em andamento, foi identificar os desafios dessas políticas, e, como parte da revisão de literatura, analisou-se nove artigos em inglês disponíveis nos Periódicos da CAPES. Foram encontradas três perspectivas teóricas sobre os desafios das políticas de assistência estudantil no Ensino Superior: os níveis socioeconômico e educacional familiar; o nível educacional pregresso do estudante; e o tipo de relação estabelecida entre o estudante e a equipe administrativa, o corpo docente e os colegas de sala. A primeira aponta que a ampliação do Ensino Superior possibilitou a entrada dos estudantes oriundos de condições socioeconômicas diversificadas ou regiões de moradia desvalorizadas; que possuem pouca ou nenhuma familiaridade com as experiências do Ensino Superior; que pertencem às minorias étnicas; e possuem alguma deficiência. Os desafios das assistências estudantis estão relacionados com a retenção e evasão desses estudantes, como forma de modificação dos cenários econômicos, políticos e sociais das famílias, que interferem no acesso e conclusão do curso. Na segunda perspectiva, a transição do Ensino Médio para o Ensino Superior pode ser considerada difícil para os estudantes, pois deverão se ajustar aos diferentes estilos de aprendizagem oferecidos; lidar com as novas experiências acadêmicas; gerenciar a nova rotina e o nível educacional pregresso demonstra alto risco de abandono dos estudos diante das novidades do Ensino Superior. Os desafios das políticas assistenciais estudantis estão relacionados à promoção de ações que favorecem a adaptação desses estudantes ao novo ambiente acadêmico e estilos de ensino-aprendizagem, para garantir a sua permanência na instituição e proporcionar a facilitação nesse processo. A terceira perspectiva indica que os estudantes que utilizam dos seus atributos pessoais, como a confiança e resiliência, facilitam a transição para o Ensino Superior, se adaptam ao novo lar, às novas redes de amizades e às novas rotinas acadêmicas e adquirem condições de vida mais independentes. Então, os desafios dessas políticas estão relacionados com a promoção do sentimento de pertencimento do estudante à Instituição de Ensino Superior, visando a sua permanência, a aceitação pessoal e ao tipo de relação estabelecida com a equipe administrativa, o corpo docente e os colegas de sala, o que favorece o acolhimento e reduz os sentimentos de isolamento e medo. Nesse sentido, as políticas assistenciais são importantes para promover suporte, principalmente aos estudantes que possuem vulnerabilidades psicossociais, para a adaptação ao ambiente acadêmico e às mudanças ocorridas nessa etapa da vida. |