Resumo |
Introdução: O Diabetes Mellitus (DM) é considerado um importante problema de saúde pública no Brasil, e representa um desafio para os portadores, principalmente devido às complicações micro e macrovasculares. Uma das formas de monitorização é a mensuração da hemoglobina glicada (HbA1c), melhor parâmetro preditor de distúrbios crônicos no DM. Para adultos com DM, a recomendação para o valor de Hb1Ac é de 6,5 a 7%, lembrando que níveis acima de 7% estão associados a risco progressivamente maior de complicações crônicas, e são resultado da não adesão ao tratamento. Isso demostra a necessidade da implementação de estratégias educativas pelos profissionais de saúde que incentivem o autocuidado para o manejo adequado da doença e seus fatores de risco. Objetivo: Analisar o histórico do DM e seu controle em indivíduos atendidos num centro de atenção secundária. Materiais e Métodos: Trata-se de resultados parciais de uma pesquisa maior, do tipo descritiva, de caráter quantitativo. O estudo foi realizado em um centro de referência secundário que presta atendimentos a indivíduos com doenças crônicas a Viçosa e microrregião. Os participantes desse estudo foram portadores de DM cadastrados no referido centro. Foram realizadas 105 entrevistas entre agosto de 2019 a março de 2020, por meio de um questionário semiestruturado. Para análise descritiva, foram utilizadas medidas de frequências absolutas e relativa. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFV, parecer n. 048/2012. Resultados: Do total de pacientes entrevistados, 95,2% são portadores do DM tipo tipo 2; 32,4% possuem acima de 20 anos de diagnóstico; 49,5% fazem acompanhamento no serviço pesquisado no tempo que varia de 2 a 5 anos; 51,2% apresentam o valor de HbA1c entre 7 e 9% e 61% relataram não possuir complicações micro ou macrovasculares. Durante a coleta, percebeu-se a necessidade de elaborar um folder educativo abordando informações sobre a Hb1Ac, principal exame de controle do DM, para melhorar a compreensão dos pacientes e a adesão ao tratamento. Conclusões: A maioria dos pacientes possui longo tempo de diagnóstico e valores de HbA1c maiores que 7%, resultados estes que estão acima dos valores de referência e podem ser consequência da não adesão ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso, o que contribui para o desenvolvimento de complicações. Apesar da maioria dos entrevistados ter relatado não possuir complicações micro e macrovasculares, isso pode ter ocorrido pelo desconhecimento sobre quais as complicações são manifestadas pelo DM, e ainda pela incompletude destas informações no prontuário. Depreende-se que a equipe multiprofissional tem como função estratégica o delineamento de ações educativas que facilitem a compreensão dos pacientes sobre o DM, incluindo formas de monitorização e controle, importância da adesão ao tratamento, além das principais complicações, de forma a estimulá-los ao autocuidado e melhoria da qualidade de vida. |