Resumo |
Introdução: O pré-natal adequado é um componente fundamental nos serviços de atenção à saúde da gestante e do bebê durante o período gestacional, e quando realizado de maneira adequada e precoce, reduz a morbidade e mortalidade materno-infantil. De acordo com o Ministério da Saúde, a assistência pré-natal deve ser feita com qualidade e humanização, oferecendo ações educativas e preventivas, para detecção precoce de patologias e situações de risco gestacional. Objetivos: Avaliar a adequação do pré-natal de mães assistidas pelo Programa de Apoio à Lactação (PROLAC) em comparação às demais mães do município de Viçosa-MG e fatores associados. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, realizado com dados secundários de 433 prontuários de mães assistidas pelo Programa de Apoio à Lactação (PROLAC) da Universidade Federal de Viçosa entre os anos de 2014 a 2018. Este projeto é desenvolvido no município de Viçosa, Minas Gerais, e foi implementado em agosto de 2003 (RAEX: PRJ-002/2004). Os prontuários com dados faltantes para as variáveis de interesse não foram incluídos. Foram também avaliados os dados sobre a adequação do pré-natal de 4706 mulheres, disponibilizados no Sistema de informações sobre nascidos vivos (SINASC), do Ministério da Saúde, no período de 2014 a 2018. O pré-natal foi considerado adequado quando iniciado no primeiro trimestre e o número de consultas ≥ 6. Os dados foram processados e analisados no software SPSS versão 23.0. A caracterização da amostra foi realizada utilizando-se medidas de tendência central e dispersão, além da distribuição de frequências absolutas e relativas. O teste qui-quadrado (χ2) de Pearson foi utilizado para avaliar associação entre a adequação do pré-natal e variáveis socioeconômicas. Resultados: A prevalência de inadequação do pré-natal no período avaliado (2014-2018), foi de 16,9% (n=63) e 22,6% (n=1069), para o PROLAC e SINASC, respectivamente. Os valores percentuais de inadequação para cada ano no município foram: 2014: 28,2%; 2015: 22,9%; 2016: 23,7%; 2017: 21,5%; 2018: 18,1%. Dentre as crianças atendidas pelo PROLAC, os valores foram: 2014: 24,1%; 2015: 16,2%; 2016: 18,3%; 2017: 12,0%; 2018: 15,3%. Ainda, houve associação entre a adequação do pré-natal com a escolaridade, ocupação e idade materna, em que as mães com maior escolaridade, com ocupação e adultas apresentaram prevalência de adequação do pré-natal superior às demais (p<0,05). Conclusões: Houve uma redução na prevalência de inadequação do pré-natal entre os anos de 2014 a 2018 e a adequação foi superior entre as mães que foram acompanhadas pelo PROLAC. Além disso, os resultados demonstram que estratégias de incentivo ao ingresso precoce no pré-natal e a sua manutenção ao longo da gestação são essenciais, sobretudo para mães adolescentes, de baixa escolaridade e sem ocupação. |