Resumo |
Introdução: Há um aumento de evidências empíricas entre atividade física planejada e estruturada promovendo ou mantendo o desempenho da saúde física e mental, sugerindo um impacto positivo da prática esportiva nas funções executivas de crianças. As funções executivas se referem a uma família de processos mentais e está diretamente relacionada a resolução de problemas, que por sua vez possuem influência na criatividade do indivíduo. A criatividade pode ser subdividida em criatividade cognitiva e motora conforme seus domínios específicos. A criatividade cognitiva envolve pensamentos originais para soluções de problemas e a criatividade motora, além disso, envolve a execução de movimentos originais e improvisados a partir das condições ambientais. Objetivo: Avaliar e associar o nível de atividade física, funções executivas e criatividade motora de crianças envolvidas na prática esportiva. Métodos e materiais: Participaram da pesquisa 29 crianças do sexo masculino, com idade média de 10,28 anos (± 0,70), praticantes de futebol da categoria sub-11 em escolinhas e equipes de Viçosa e região. O nível de atividade física foi avaliado de forma indireta por meio de um questionário. Os três componentes principais das funções executivas (controle inibitório, flexibilidade cognitiva e memória de trabalho) foram medidos por meio dos testes de Cinco Dígitos, Fluência Verbal e Dígitos, respectivamente. Para avaliação dos três constructos básicos da criatividade motora (fluência, flexibilidade e originalidade) utilizou-se a escada de agilidade. A análise dos dados foi feita por meio de procedimentos estatísticos descritivos e de inferência, sendo que diante da não normalidade das variáveis, aplicou-se o teste de correlação de Spearman. Resultados: Os sujeitos apresentaram um nível moderado de atividade física geral. No aspecto de controle inibitório, os sujeitos, em média, se enquadraram no percentil 50 do teste. Já na memória de trabalho, o resultado apresentado (29,90±12,00) foi bem abaixo do valor máximo possível de ser obtido (128 pontos). Em relação a flexibildiade cognitiva, os valores médios obtidos pela amostra foram próximos aos encontrados no estudo de validação do instrumento. Na criatividade motora, o componente de maior média, foi o de fluência (5,13±3,33). Entretanto, não foi encontrada nenhuma correlação significativa entre as variáveis analisadas (p>0,05). Conclusão: Pode-se concluir que na amostra estudada não houve uma associação significativa entre nível de atividade física, funções executivas e criatividade motora de crianças. |