Resumo |
A alimentação saudável nos primeiros anos de vida é primordial na vida da criança, pois as práticas alimentares incorretas nesse período podem acarretar prejuízos à saúde. Objetivo: investigar o consumo alimentar e estado nutricional de crianças de 12 a 24 meses atendidas na Atenção Primária de Saúde de Viçosa-MG. Método: Estudo transversal, realizado com crianças de 12 a 24 meses atendidas na Atenção Primária de Saúde de Viçosa-MG. Os dados foram coletados no período de agosto de 2019 a março de 2020, período em que as atividades de coleta foram suspensas devido à pandemia COVID-19. Aplicou-se, com as mães, questionário semiestruturado, abordando questões socioeconômicas e demográficas. Avaliou-se o consumo alimentar das crianças por meio do Formulário de Marcadores do Consumo Alimentar para crianças menores de 5 anos do Ministério da Saúde, o qual foi respondido pela mãe. Foram avaliados os parâmetros antropométricos da criança (peso e comprimento) aferidos no momento da coleta de dados. Realizou-se análise descritiva dos dados. Resultados: Participaram do estudo 30 díades mãe/filho. Entre as crianças, 60% eram meninas e 56,7% tinham entre 12 a 18 meses. Com relação às mães, sua idade variou de 18 a 43 anos, sendo que 43,3% delas tinham entre 18 a 30 anos, 60% com ensino médio completo ou superior incompleto, 73,7% pertenciam à classe C e 13,3% à classe D-E, e 66,7% viviam com quatro ou mais pessoas no domicílio. Quanto ao consumo alimentar da criança, 60% receberam leite materno no dia anterior à pesquisa. O iogurte foi consumido por 30% das crianças e 56,7% receberam outro tipo de leite. Todas as crianças haviam consumido fruta, sendo que 46,7% tiveram frequência de duas vezes ao dia. A comida de sal foi consumida por 100% das crianças, porém 23,3% tiveram frequência de apenas uma vez no dia. Para 16,7% das crianças, os alimentos foram ofertados em consistência pastosa. Vegetais ou frutas de cor alaranjada foram consumidos por 66,7%, e apenas 16,7% consumiram verduras de folha. A carne/ovo foi consumida por 83,3%, e o feijão e o arroz por 86,7% e 90%, respectivamente. Quanto ao consumo de alimentos ultraprocessados, os grupos do hambúrguer, das bebidas adoçadas, do macarrão instantâneo, e do biscoito recheado foram consumidos, respectivamente, por 3,3%, 40%, 13,3%, 16,7% das crianças. Quanto à condição antropométrica, 20% das crianças apresentaram risco de sobrepeso conforme avalição do IMC. Conclusão: houve introdução de alimentos não saudáveis, e atraso na evolução da consistência dos alimentos e no número de refeições de sal. Além disso, considerando a presença do risco de sobrepeso, preocupa a predominância do consumo de bebidas açucaradas. Atividades de educação alimentar para promoção de hábitos alimentares saudáveis se faz necessário. |