Resumo |
INTRODUÇÃO: Os pacientes críticos apresentam maior risco de distúrbios de termorregulação em decorrência da menor capacidade de realizar o controle térmico devido à diminuição do metabolismo basal. Durante o banho no leito tradicional, ocorre exposição da superfície corporal do paciente ao ambiente e também o contato direto com a água do banho, a qual pode se tornar fria durante a realização do procedimento. As temperaturas periféricas, aferidas por métodos não invasivos, são utilizadas como parâmetros clínicos, no entanto essas medidas devem ser confiáveis. A temperatura timpânica é um método considerado mais acurado, porém a temperatura axilar ainda permanece sendo utilizada em muitos serviços de saúde. OBJETIVO: Avaliar a correlação entre as temperaturas timpânicas e axilar de pacientes críticos antes e após a realização do banho no leito tradicional. METODOLOGIA: Estudo prospectivo correlacional realizado com 50 pacientes críticos internados em uma Unidade de Terapia Intensiva, entre os meses de setembro de 2018 a fevereiro de 2019. Todos os participantes receberam o banho no leito tradicional, utilizando-se compressas de algodão, bacias com água e sabonete líquido neutro. No início e no final de cada banho foram registrados os valores da temperatura timpânica e axilar. Realizou-se a correlação de Spearman. RESULTADOS: Os pacientes apresentaram no início do banho tradicional correlação forte entre as temperaturas axilar e timpânica (0,704; p < 0,001), sendo a mediana da temperatura timpânica de 36,80ºC e a média de temperatura axilar igual a 36,34ºC. Ao final do banho, houve uma correlação moderada entre as diferentes temperaturas (0,676; p < 0,001). A mediana da temperatura timpânica ao final do banho foi de 36,95ºC e a média da temperatura axilar de 36,12ºC. A temperatura média do ambiente durante o procedimento de higiene corporal foi de 24,13ºC. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas (p = 0,389) entre as médias da temperatura da água do banho no início 45,30ºC e no final do procedimento 40,39ºC. CONCLUSÃO: Conclui-se que durante o banho no leito tradicional a temperatura corporal periférica pode sofrer variação. Apesar da diferença entre os valores encontrados pelos termômetros auriculares e axilares, os seus valores apresentam uma correlação. Assim, o desequilíbrio na temperatura axilar pode indicar que haja também um desequilíbrio na temperatura timpânica, mesmo que em menor proporção, como verificado nesse estudo. |