Resumo |
As expressões artísticas são parte da identidade de um povo, que refletem e se manifestam a partir das realidades dos sujeitos. A identidade cultural é parte dos processos de formação dos indivíduos inseridos em sociedade, que permitem diálogos entre as linguagens e saberes formais e não-formais. Tendo em vista a dificuldade do acesso à arte atualmente, principalmente em escolas rurais que muitas vezes estão a mercê do abandono, se fez necessárias inovações e formações a partir da retroalimentação cultural. Nesse sentido, envolvendo as turmas do Ensino Fundamental I da Escola M. Almiro Paraíso, partimos com o intuito de oferecer oficinas, promover eventos, e articular ações através das linguagens do circo com as realidades e o cotidiano dos alunos, de modo a proporcionar o acesso e fomentar ações inter e multidisciplinares por meio da arte circense. Para isso, o projeto ofereceu duas oficinas semanais na escola, encontros quinzenais com a equipe do projeto e da escola, intervenções e participação em eventos. Um dos destaques, foram as articulações com programas e projetos como o Programa de Esporte e Lazer da UFV (PELU) e o Centro Experimental de Artes (CEA) da Prefeitura de Viçosa, que visou maior amplitude, alcance e ações que envolveram escola e comunidade. Tais articulações ocasionaram na criação da CIA “Possibilidade”, constituída pelos monitores do projeto, através de intervenções que proporcionaram maior movimentação e valorização da cultura. Algumas das ações estimuladas e desenvolvidas pela equipe do projeto foram: construção e participação da XI Troca de Saberes; intervenção com a CIA “Possibilidade” na Festa Junina da E. M. A. Paraíso e no evento “Rock Rural” na comunidade Palmital; envolvimento do bolsista no PELU na participação de oficinas de circo/teatro, a fim de expandir sua formação artística e pedagógica; apresentação dos alunos na Mostra Artística Anual de 2019. Por fim, temos notado que à medida que o projeto se desenvolveu, houve maior interesse por parte dos alunos em relação as formas de se pensar e fazer o circo, envolvendo-os em processos criativos, prazerosos e emancipatórios. Enquanto educador do campo em formação, o aprofundamento teórico e prático sobre espaços educativos formais e não-formais, as relações com a arte, cultura e qualidade de vida, possibilitou debates sobre as problemáticas acerca do tema (Arte-Educação) com a Educação do Campo, assim como as vivências com aspectos extensionistas em espaços historicamente marcados pela luta e resistência como é a Escola M. Almiro Paraíso, onde a participação da comunidade é ativa e articulada com a Associação Comunitária do Paraíso, os quais possuem papel fundamental nos processos de luta contra o abandono e transferências de turmas da Escola. |