Resumo |
Introdução: o Torcicolo Muscular Congênito (TMC) caracteriza-se por uma deformidade do pescoço envolvendo problemas causados primariamente por uma degeneração fibrosa do músculo esternocleidomastóideo (ECM), causando um encurtamento, o qual é detectado no período neonatal ou de lactência. Ele provoca uma posição cefálica constante que permanece em inclinação homolateral e rotação contralateral. As hipóteses mais estudadas para avaliar a etiologia do TMC se relacionam com: traumatismo cervical; baixa perfusão sanguínea do ECM em função de isquemia arterial causada por obstrução venosa local; mau posicionamento uterino e permanência em tal posição; e à hereditariedade, podendo associar-se a fatores genéticos. Geralmente apresenta-se como um bom prognóstico, mas pode associar-se com algumas complicações, como assimetria craniofacial e escoliose. O diagnóstico precoce é primordial para o sucesso terapêutico. Apesar de ser uma patologia frequente, existem lacunas na literatura acerca do TMC, sobretudo no que tange à etiologia, diagnóstico e ao estabelecimento de um plano de cuidado voltado para a atuação da enfermagem no atendimento às crianças com TMC. Objetivo: propor um plano de cuidados para ser ofertado às crianças com TMC. Metodologia: trata-se de uma análise de literatura que buscou artigos sobre TMC, nos idiomas português, inglês e espanhol, tendo como população alvo a criança. Além disso, foi apresentada uma proposta de plano de cuidado e avaliação de enfermagem às crianças com TMC. Resultados: destaca-se os principais Diagnósticos de Enfermagem (DE) identificados em uma criança com TMC: Privação de sono; Mobilidade no leito prejudicada; Conforto prejudicado; e Risco de síndrome da morte súbita do lactente (SMSL). Além das condutas específicas de cada DE, é necessário: orientar aos pais ou responsáveis quanto às medidas de precaução, principalmente na hora de colocar a criança para dormir, a fim de evitar plagiocefalia e reduzir o risco de SMSL; orientar, se necessário, às pegas mais adequadas para a amamentação; encaminhar a criança para a fisioterapia, bem como, reforçar aos familiares a importância de adesão ao tratamento fisioterápico. Deve-se realizar um acompanhamento transdisciplinar, inserindo o indivíduo no centro do cuidado, abordando medidas individualizadas, considerando o meio em que ele vive. Conclusão: o presente estudo ratifica a importância do diagnóstico e tratamento precoce do TMC, desvelando a importância da continuidade do tratamento e do acompanhamento multiprofissional visando reverter o problema e/ou estabelecer melhor qualidade de vida para pessoas com TMC e família. Esta pode participar assiduamente nos cuidados prestados à criança. Compete ao profissional de saúde inserir à família no plano terapêutico e promover um ambiente que facilite e promova a adesão ao plano de cuidados individualizado. |