Resumo |
Introdução: A lesão por pressão (LPP) é definida como a destruição das camadas da pele e tecidos subjacentes, geralmente sobre uma superfície óssea, resultante da pressão prolongada ou de sua combinação com forças de fricção e cisalhamento. Dentre os fatores de risco associados ao desenvolvimento da LPP, os medicamentos podem ter influência direta na ocorrência desse agravo, devido modificações sistêmicas que provocam reações graves no organismo humano. Os principais envolvidos no risco são: analgésicos, anti-hipertensivos, anti-inflamatórios, broncodilatadores, antidemenciais, ansiolíticos, antibióticos, diuréticos e vasoativos. Nessa perspectiva, a LPP está associada a um fenômeno multicausal, de caráter evitável e diretamente influenciável por fatores intrínsecos e extrínsecos. Objetivo: Avaliar o risco do desenvolvimento de lesões por pressão associado a influência de fármacos utilizados durante a hospitalização. Metodologia: Pesquisa transversal e descritiva, com abordagem quantitativa realizada em uma unidade hospitalar de um município da Zona da Mata Mineira. A população do estudo foi composta por 322 pacientes de ambos os sexos, admitidos nas unidades de clínica médica e cirúrgica da instituição. As entrevistas foram realizadas através de um roteiro semiestruturado, e consulta a prontuário do paciente, organizadas e analisadas através do programa Microsoft Excel 2007. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa com seres humanos, inscrito sob o parecer nº 4.203.388 (CAAE n° 27116619.7.0000.5153). Resultados: Para avaliação do risco do desenvolvimento da LPP foi utilizada a escala de Braden, que analisa seis itens, sendo eles: a percepção sensorial, umidade, atividade, mobilidade, nutrição, fricção e cisalhamento. Quanto menor a pontuação do escore, maior o risco de ocorrer o evento. Através da aplicação desta escala, considerou-se os pacientes que apresentaram risco moderado e alto para o desenvolvimento de LPP para análise da influência dos fármacos. Dos 322 analisados, 23 (7,1%) apresentavam alto risco e 37 (11,5%) risco moderado. Desses 60 pacientes, os quais relataram uso de 52 fármacos com associação e 39 sem associação, uma média de 1,51 fármacos por pacientes, 13 (21,6%) entrevistados não utilizavam nenhum fármaco, 9 (15,0%) não souberam responder e 4 (6,6%) usavam fármacos sem associação ao desenvolvimento. Entretanto, 34 (56,6%) pacientes faziam uso de fármacos associados ao desenvolvimento de LPP. Conclusões: Pode-se concluir que mais da metade dos indivíduos com maior risco pela escala de Braden estavam em uso de medicamentos que influenciam na formação de lesões. Cabe ressaltar ainda que esse número poderia ter sido maior devido ao número de pacientes que não souberam responder a questão. Dessa forma, através da identificação dos fatores de risco os profissionais de saúde podem incluir planos de cuidados específicos a estes pacientes, a fim de garantir a segurança da assistência prestada. |