Resumo |
Introdução: No final do ano de 2019, uma pandemia foi consumada pelo vírus SARS-CoV-2, conhecido como COVID-19. Com isso, diversos estudos foram iniciados com intuito de conhecer a doença, formas de diagnóstico, formas de contágio, possíveis tratamentos e até imunização. Tratando-se de uma enfermidade nova e desconhecida, outras medidas se fizeram necessárias na tentativa de minimizar a disseminação viral a nível mundial. Dentre estas, destacam-se a restrição do contato interpessoal e o aumento da higiene pessoal. Contudo, em março de 2020, os brasileiros foram orientados a entrarem em quarentena, o que limitou o convívio social, ocasionando prejuízos na saúde mental da população. Objetivo: Identificar na literatura os efeitos do distanciamento social na saúde mental da população brasileira frente à pandemia do Covid-19. Metodologia: Estudo de revisão de literatura, realizado em quatro base de dados (LILACS, BDENF, SciELO, MEDLINE). Foram incluídos 10 artigos do ano de 2020, em português, a partir dos descritores: “Covid-19”, “Saúde Mental” e “Pandemia”. Resultados: A análise dos artigos permitiu inferir que, apesar de a doença já se encontrar amplamente disseminada, a quantidade de indivíduos afetados psicologicamente tende a superar a de infectados. Diante desta enfermidade, são poucas as informações sobre como contê-la ou tratá-la, provocando sentimentos como o medo, humor diminuído, irritabilidade, estresse, ansiedade, insônia e depressão, gerando efeitos negativos importantes na saúde mental da população. Embora o distanciamento social seja imprescindível para prevenção e controle da disseminação viral, seu efeito atinge, psicologicamente, todas as camadas sociais, de acordo com suas individualidades e particularidades, pela incerteza e insegurança que o Covid-19 causa. Nota-se que os principais efeitos psicossociais são produzidos pela pressão midiática, pela dificuldade em alcançar uma adaptação positiva diante da vivência, pela dificuldade econômica associada ao aumento do desemprego, pelo luto desumanizado, pela ansiedade gerada a partir da ânsia por uma solução e pelo término da situação pandêmica. Conclusão: As situações inesperadas que atingem a sociedade reforçam a importância dos investimentos em pesquisas científicas voltadas ao enfrentamento dos transtornos mentais frutos da pandemia. Diante o exposto, a implantação de políticas públicas de saúde e redes de apoio, de alcance comunitário, é eficaz e imprescindível para a redução da vulnerabilidade psicossocial produzida na saúde da população brasileira. |