Resumo |
Muito se tem debatido sobre a retroalimentação das crises causadas nas dimensões econômicas/financeiras e política, e por se tornarem cada vez mais recorrentes na economia mundial, procuram identificar o real causador da paralisia que dificulta o crescimento no âmbito da produção e comercialização de bens e serviços e do desenvolvimento social. Contudo, não há uma definição universalmente aceita sobre as pertinentes crises políticas, econômicas e financeiras. Sabe-se que uma de suas características congruentes é um tipo de lógica circular, onde há um aumento da mobilidade de capitais, devido à fuga de investidores sobre as moedas desvalorizadas. Diante disto, o objetivo deste trabalho é mostrar os efeitos da crise econômica e da instabilidade política brasileira na volatilidade dos retornos de ações de empresas cotadas na Brasil, Bolsa, Balcão S.A. (B3) no período de 1994 – 2018. Por meio de estudo da volatilidade com dados da série histórica dos preços diário de ações de 26 empresas extraídas da BMFBOVESPA relacionadas com seus respectivos indicadores econômicos-financeiros (liquidez, estrutura patrimonial e lucratividade) extraídos do sistema Economática®, posteriormente comparados aos índices macroeconômicos coletados do Banco Central do Brasil para a Taxa de Juros Básica (SELIC), inflação por meio do IPCA coletado no IBGE, taxa de Câmbio (dólar/real) e PIB extraídos do IPEADATA e política (variáveis dummy para períodos eleitorais). Especificamente, busca-se desenvolver uma equação que permita uma primeira análise quanto a relação entre instabilidade política e crises econômicas/financeiras e analisar quais os períodos sofreram maiores oscilações. Para isso aplicou-se análise de regressão múltipla, com técnica de dados em painel balanceado e análise descritiva, por meio dos Softwares Stata 12 e Eviews, que consiste na observação de n entidades para dois ou mais períodos, uma combinação de corte transversal e de séries temporais. Antes, para verificar a adequação ao pressupostos para a variável dependente volatilidade dos retorno, executou-se os testes de Shapiro-Wilk para testar a normalidade dos dados, o teste de Levin, Lin & Chu baseado no método de ADF (augmented de Dickey-Fuller) de raiz unitária para dados empilhado para estacionariedade, o teste de Wald para heterocedasticidade e teste de LM Breusch-Pagan de independência para verificar se os resíduos entre entidades estão correlacionados. O modelo de efeitos aleatório apresentou o melhor ajuste, em detrimento ao fixo e aleatório devido especialmente há uma caracterização substancialmente grande das variações de corte transversal e séries temporais (menores variabilidades), com significância estatística apenas para IPCA e SELIC, o que permite concluir que não existe uma relação a longo prazo entre todas variáveis consideradas no modelo, apontando para um descasamento entre o mercado acionário e os fatores estritamente políticos para eleições posteriores a 1998. |