Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável
22 a 24 de outubro de 2019
Trabalho 12740
| ISSN | 2237-9045 |
|---|---|
| Instituição | Universidade Federal de Viçosa |
| Nível | Graduação |
| Modalidade | Pesquisa |
| Área de conhecimento | Ciências Humanas e Sociais |
| Área temática | Mídia e comunicação |
| Setor | Instituto de Ciências Humanas e Sociais |
| Bolsa | PIBIC/CNPq |
| Conclusão de bolsa | Não |
| Apoio financeiro | CNPq |
| Primeiro autor | David Machado Pereira |
| Orientador | Marilene de Souza Campos |
| Outros membros | Lara Luíza Silva |
| Título | Empresa como vocação: o discurso do Sebrae sobre empreendedorismo e empregabilidade |
| Resumo | Este trabalho dedica-se ao estudo da cultura de um problema público, enfatizando o aspecto simbólico de sua formação e buscando esclarecer como bens culturais (crenças, pacotes de ideias, ciência, dentre outros) são transformados em artefatos discursivos, constituindo uma ordem moral que “se apresenta” como externa e inacessível às escolhas e volições dos atores (SPECTOR; KITSUSE, 1987). A premissa é que o Sebrae aborda a questão da empregabilidade, do empreendedorismo e do autoemprego no discurso de modo a propor uma nova ética do trabalho. O modelo teórico é argumentativo e baseia-se em uma abordagem construtivista da definição de problemas públicos. Atores competem todo tempo pela definição desses problemas e instauram processos conflitivos de disputa por um bem escasso: a atenção pública, conduzindo o conflito dentro de arenas tais como a mídia, a ciência, o espaço legislativo, etc. Segundo Gusfield (1991), problemas públicos possuem uma cultura e são socialmente construídos como estruturas cognitivas e morais. Nesse sentido, o Sebrae se destaca como autoridade discursiva que trata das questões relacionadas ao trabalho autônomo e à pequena e média empresa, construindo respostas a problemas públicos e sociais como o desemprego e a informalidade. O estudo classifica-se como explicativo-descritivo (GIL, 2002) e qualitativo, optando pelo método de análise interpretativa do discurso segundo o modelo de Gusfield. O material utilizado consiste em quatro vídeos institucionais publicados pelo Sebrae em sua mídia de Facebook nos anos de 2017, 2018 e 2019. As análises permitem inferir que há um apelo direcionado especialmente aos empreendedores e microempreendedores individuais do país, caracterizando-se por um deslocamento da resolução de problemas públicos como desemprego e informalidade de órgãos institucionais, em especial do governo, para o indivíduo, que se torna responsável pelo autoemprego e carreira. Há uma exaltação dos valores de autonomia, inovação e liberdade no trabalho e a defesa de que as habilidades de um empreendedor podem ser obtidas por meio de aprendizagem, inclusive atingindo os segmentos mais vulneráveis. O Sebrae se apresenta como centro de formação, apoio logístico e afirmação de um padrão ético para diversos tipos de trabalho que envolvem o autoemprego. Ademais, os recursos para a superação do desafio do crescimento brasileiro podem estar no pequeno e médio negócio, os quais apresentam potencial para resolução do problema do desemprego e das desigualdades sociais. Conclui-se que o discurso do empreendedorismo transborda a área dos negócios e atinge todo tecido social, envolvendo pessoas que estão buscando emprego, ou mesmo insatisfeitos com a dominação no trabalho assalariado, especialmente em momentos de reestruturação produtiva e flexibilização, tornando-se universal. Por fim, nota-se que o mesmo atua não somente sob uma égide técnica e educativa, mas também ideológica, ao naturalizar a questão do autoemprego. |
| Palavras-chave | Empreendedorismo, Empregabilidade, Sebrae. |
| Forma de apresentação..... | Painel |