Resumo |
O abacate é um fruto da família Lauraceae, cultivado em quase todas as regiões tropicais e subtropicais. Em 2016 foram produzidas 195.492 toneladas no Brasil, sendo o estado de São Paulo o maior produtor. Por ser um fruto climatério, apresenta alta taxa respiratória e produção elevada de etileno após a colheita, o que lhe confere alta perecibilidade. Muitos estudos estão sendo desenvolvidos para minimizar as perdas pós-colheita e controlar o amadurecimento, como por exemplo a aplicação de ceras, revestimentos comestíveis a base de própolis, amido, álcool polivinílico (PVOH), entre outros. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito dos revestimento de amido e PVOH, individualmente ou em blendas, sobre as características pós-colheita do abacate. Os frutos foram selecionados considerando a uniformidade, coloração e grau de maturação. Após a seleção os frutos foram sanitizados (150ppm/15 min) e submetidos ou não aos revestimentos. Foram preparadas soluções aquosas com concentração de 3% de amido de milho ou 2% de PVOH. Os tratamentos aplicados foram: fruto sem revestimento (controle); revestimento à base de 3% de amido (A); revestimento com 2% de PVOH; e as misturas: 2,25% A + 0,5% PVOH; 1,5% A + 1% PVOH; e 0,75% A + 1,5% PVOH. Os frutos foram armazenados na condição ambiente (20 ± 5°C e 70 ± 10% UR) por até onze dias após a colheita. A acidez, firmeza e sólidos solúveis totais dos frutos de abacate foram influenciadas somente pelos dias de armazenamento. A firmeza dos frutos variou entre 75,83N-3,79N, tornando-se mais macio ao final da armazenagem resultado da degradação da pectina ao longo da armazenagem. O teor de sólidos solúveis variou 4,5 ºBrix-7,27 ºBrix, onde esse aumento se deve a respiração e/ou a conversão de ácidos orgânicos em açúcares. A perda de massa nos tratamentos revestidos foi semelhante ao longo da armazenagem (10,66%), sendo observada maior perda nos frutos sem revestimento (11,99%). Isso mostra que os filmes foram eficientes ao estabelecer o equilíbrio da pressão de vapor entre o fruto e sua vizinhança. A respiração dos frutos de abacate foi influenciada pelo tipo de revestimento, onde os frutos revestidos com 2% de PVOH tiveram menor taxa respiratória, mostrando-se eficientes para redução das trocas gasosas entre os frutos e o meio. Com esse trabalho concluiu-se que os revestimentos não afetaram a acidez, firmeza e sólidos solúveis dos abacates, e que o revestimento com PVOH se mostrou mais eficiente, sendo importante para reduzir a perda de massa e a taxa respiratória dos abacates. |