Resumo |
O processo de formação das cidades sempre foi observado por estudiosos de várias áreas, sob diversos aspectos. A Arquitetura e Urbanismo analisam de diferentes formas a formação das cidades, contudo, é uníssona a relação intrínseca entre o espaço e a sociedade, isto é, o ambiente e a sociedade, com destaque para aspecto social como essência desse espaço. Demonstra-se assim que a formação das cidades é um fenômeno dinâmico e complexo, produto das inter-relações sociais, culturais, econômicas, geográficas e históricas, com um relevante fator humano, com os conflitos e consensos inerentes. Tais conflitos que envolvem a expansão das cidades, além do território, em geral, têm como agentes indivíduos menos favorecidos, mais vulneráveis, menos assistidos pelos órgãos públicos e com pouca consciência da importância da sustentabilidade para a vida humana. Esse cenário é propício para o desenvolvimento de áreas insalubres, sem preservação ambiental e prejudiciais à qualidade de vida da população. Nesse cenário, cabe destacar a reação conflituosa entre conservação ambiental e ação urbana que acaba por destinar a existência da maioria das áreas de preservação em locais que apresentam disputas territoriais, fundiárias e de acesso a recursos, em situação de fragilidade ou já impactadas ambientalmente. Assim, as ações de planejamento ambiental têm se voltado com maior afinco a resolver problemas ambientais da atualidade do que, de fato, proteger paisagens de um futuro impacto. Diante disso, a pesquisa tem como objetivo analisar, como situações de conflito territorial e ambiental podem servir de insumos para ações de preservação de remanescentes florestais urbanos. Metodologicamente, no que diz respeito à classificação da pesquisa por sua natureza, esta pode ser descrita como básica. A partir do objetivo a pesquisa é designada como possuidora de caráter exploratório-descritivo, valendo-se de análises bibliográficas com intuito de relacionar os eventos temporais e territoriais ao planejamento e a gestão de áreas verdes urbanas. Do ponto de vista da abordagem, a mesma ocorre de forma qualitativa, tratando a interpretação dos fenômenos. Os procedimentos de estudo envolvem pesquisa bibliográfica acerca de temas prioritários tendo em vista a problematização dos seguintes eixos: Agenda ambiental e áreas verdes urbanas / Planejamento urbano e ambiental. Os resultados envolvem a percepção que conflito é inerente à condição humana, é motivador das transformações no mundo, mas precisa ser administrado de forma a sustentar a formação e o desenvolvimento das cidades e a preservação das condições ambientais do espaço. Aprender com os conflitos é que pode auxiliar nos processos de crescimento populacional, de ambiente construído e de preservação das áreas verdes em geral. |