"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 20063

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Sociologia
Setor Departamento de Economia Rural
Bolsa FAPEMIG
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro FAPEMIG
Primeiro autor Camila Olídia Teixeira Oliveira
Orientador BIANCA APARECIDA LIMA COSTA
Outros membros IRENE MARIA CARDOSO, IVONETE DA SILVA LOPES
Título Mulheres em movimento: experiências feministas na construção do conhecimento agroecológico.
Resumo Sabemos que as mulheres agricultoras agroecológicas vêm tensionando os feminismos hegemônicos e, por meio de suas identidades, têm travado disputas no seio das teorias feministas, contestando a colonialidade dos saberes e da produção do conhecimento ‘moderno’, ‘cartesiano’ e ‘globalizado’. Assim, se faz importante a construção de uma
‘agroecologia feminista’, pois, apesar dos avanços motivados principalmente pelos feminismos na agroecologia, a ciência agroecológica ainda segue persuadida pela lógica da ‘neutralidade’ científica e muitos dos seus conhecimentos podem ser invisibilizados. Quando se trata das experiências de mulheres agricultoras e das comunidades tradicionais, estes conhecimentos costumam ser vistos como não racionais e demasiadamente ‘femininos’, ou seja, não suficientemente ‘científicos’ para os padrões da ciência convencional.
Assim, a pesquisa trata da construção do conhecimento agroecológico a partir das perspectivas e experiências das mulheres do movimento, com o objetivo de compreender o papel desempenhado pelas mulheres na construção do conhecimento
agroecológico. Deste modo, priorizamos uma perspectiva epistemológica decolonial e feminista de ciência, que percebe a presença feminina (e feminista) como responsável
por ampliar os campos disciplinares do conhecimento científico tradicional.
Deste modo, analisamos as intersecções entre agroecologia e gênero na literatura científica e realizamos oito entrevistas semiestruturadas com diferentes lideranças femininas que compõem o movimento agroecológico e fizeram parte da XIII Troca de Saberes da Universidade Federal de Viçosa (UFV). As entrevistas foram gravadas, transcritas manualmente e analisadas de acordo com cinco fases que incluíram: compilar, decompor, recompor, interpretar e concluir a análise dos dados e suas interações.
Como demonstra a literatura, as mulheres são as principais responsáveis pelo cuidado, se preocupando com a qualidade e quantidade dos alimentos consumidos por suas famílias, dividindo todo o seu tempo na realização de tarefas referentes ao trabalho doméstico, de cuidados e de cultivo e/ou processamento de alimentos.
A partir das entrevistas percebemos que o cuidado e a reprodução do trabalho desempenhado pelas mulheres são fundamentais na construção da práxis e dos conhecimentos agroecológicos e, que o engajamento na agroecologia, faz parte das trajetórias pessoais e profissionais das entrevistadas. De acordo com as entrevistadas, é a realidade das mulheres que as fazem sujeitos fundamentais para a construção da agroecologia, seja como prática, teoria ou movimento. Assim, devemos nos atentar para as potencialidades de transformação das mulheres na agroecologia e à sua capacidade de construção de um conhecimento ‘holístico’, preocupado com o(s) sistema(s)
agroalimentar(es) e as pessoas em sua totalidade.
Palavras-chave Gênero, Ciência, Estudos decoloniais
Forma de apresentação..... Vídeo
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