Resumo |
A macaúba (Acrocomia aculeata) é uma palmeira nativa, rústica e versátil. Produz frutos oleaginosos, dos quais, podem ser extraídos óleos de qualidade da polpa e da semente como matéria-prima para o biodiesel (COIMBRA & JORGE, 2011) para indústrias cosmética e alimentícia (BARRETO et al., 2016). A alta concentração de ácido láurico no óleo tem rendido comparações com o azeite de oliva (Olea europaea L.) (GOULART, 2014). Durante a extração do óleo da polpa, a umidade interfere no potencial máximo de produção e na química do óleo. O presente trabalho teve como objetivo testar três formas de secagem analisando o efeito da temperatura e do tempo durante o processo de secagem. Foram colhidos frutos maduros de macaúba no Banco de Germoplasma de Macaúba (BAG) na Unidade de Ensino, Pesquisa e Extensão de Araponga da Universidade Federal de Viçosa. Posteriormente, os frutos foram levados para o laboratório de pós-colheita de Macaúba no Setor de Fruticultura da UFV, onde foram limpos, classificados, pesados, secos e despolpados. Os frutos foram quebrados deixando apenas um terço da casca e secos em estufa vertical de ar forçado. Os tratamentos foram compostos por três temperaturas e três tempos de secagem em diferentes combinações; T1: 100°C por 12 horas; T2: 100°C por 24 horas; T3: 100°C por 3 horas + 70°C por 3 horas + 50°C por 18 horas). Os frutos foram processados na usina piloto de macaúba nas instalações da empresa Acrotech S.A, em Viçosa-MG. A extração do óleo foi realizada em prensa manual a frio. Após a extração foi extraída uma alíquota de 5mL para análise de estabilidade oxidativa pelo método Rancimat (temperatura 100ºC). Foi constatado que a retirada de ⅔ do epicarpo favorece a perda de umidade dos frutos, bem como alta temperatura inicial e a diminuição gradativa da mesma ao longo do tempo favorece para uma melhor estabilidade oxidativa. Os frutos do T1 demandaram maior tempo de despolpa em relação aos demais e grande parte do endocarpo ficou aderida e a polpa extraída não apresentou sinais de queima ou escurecimento. No T2 o processo de despolpa foi o mais rápido e a polpa foi retirada quase na sua totalidade, no entanto, a sua aparência foi de coloração marrom escuro, com sinais de queima do material. Em T3 a retirada da polpa foi melhor em relação a T1 e inferior a T2, sendo observado ainda mesocarpo aderido ao endocarpo, a polpa tinha sinais satisfatórios de cor, umidade e aroma. O tempo de indução do óleo da polpa apresentou diferenças entre os tratamentos, sendo o maior detectado em T3, em T1 o valor médio, e em T2 foi observado o menor tempo médio. Ficou constatado que a retirada de ⅔ do epicarpo é eficiente para reduzir a umidade dos frutos da macaúba quando comparado com frutos intactos e trincados e o choque térmico ajuda diretamente no desprendimento do mesocarpo com a polpa. O método de secagem através de estufa de ar forçado foi ineficiente sendo necessárias outras alternativas de secagem que sejam mais eficientes. |