Resumo |
A atividade de mineração em Minas Gerais é um dos principais recursos econômicos do estado, tendo em vista que é um dos maiores produtores nacionais de zinco, ouro, fosfato, grafita, lítio, calcário e de nióbio. Entretanto essa exploração acarreta diversos fatores, como a poluição atmosférica, a sonora e a contaminação química por rejeitos de águas e solos. Em Minas Gerais, grandes quantidades de rejeito de mineração têm afetado leitos de rios, áreas de preservação e áreas utilizadas para agricultura e pecuária. Os microrganismos do solo têm grande papel no auxílio da recuperação ambiental, pois além das funções desempenhadas no ecossistema, podem ser utilizados como forma de detectar a qualidade funcional do solo, devido à alta sensibilidade e rapidez de resposta em identificar rapidamente as alterações no solo ao longo do tempo. Assim, o objetivo deste trabalho foi utilizar bioindicadores microbiológicos como Respiração Basal Microbiana (RBM), Carbono da Biomassa Microbiana (CBM) e Quociente metabólico (qCO2), para analisar área impactada por rejeito de mineração de ferro. Para isso foram coletadas no total 21 amostras, em período seco e chuvoso, sendo 15 amostras da área afetada e 6 amostras de área de referência (mata nativa). Do período de estiagem ao chuvoso, observou-se um aumento na taxa de respiração microbiana em relação a referência, entretanto os valores não apresentaram diferenças estatísticas entre as áreas. Os valores do carbono da biomassa microbiana na área afetada e de referência, também aumentaram do período seco para o chuvoso, na ordem de 225%. Os resultados de qCO2 não apresentaram diferença estatística entre as áreas afetadas e de referência em nenhum dos períodos avaliados. A atividade microbiana, observada pelos valores de RBM, mostrou-se semelhante, sem diferença estatística para a área afetada e referência, nos dois períodos coletados. Tais dados nos permite concluir que apesar de não ter apresentado diferenças estatísticas nos valores obtidos, a comunidade microbiana foi mais numerosa e estável, no período chuvoso da área afetada e da referência, que no período de estiagem. E que estes resultados indicam que a área afetada tem apresentado índices microbiológicos do ponto de vista estatístico, tão bons quando ao da área de referência, mostrando que a microbiota presente na área afetada está recuperando seus serviços ecossistêmicos. |