Resumo |
Introdução: É crescente a busca por recursos ergogênicos capazes de melhorar a performance atlética e acelerar a taxa metabólica de praticantes de atividades físicas. A cafeína tem sido considerada um agente de ação termogênica, contudo, este efeito ainda não foi avaliado pela técnica de termografia infravermelha, que capta a temperatura irradiada pela pele. Objetivos: Avaliar o impacto termogênico da cafeína em adultos eutróficos, bem como as possíveis diferenças deste efeito entre grandes e pequenos consumidores. Metodologia: A amostra foi composta por 2 voluntários do sexo masculino, sendo um classificado como grande consumidor de cafeína (>100mg/dia) (idade: 23 anos; massa corporal: 70,1 kg; estatura: 1,75 m; IMC: 22,91 kg/m2; perímetro da cintura: 79 cm; gordura corporal 13,7%) e um caracterizado como pequeno consumidor de cafeína (<100mg/dia) (idade: 19 anos; massa corporal: 62,8 kg; estatura: 1,76 m; IMC: 20,3 kg/m2; perímetro da cintura: 70 cm; gordura corporal 10,7%). Em estado de jejum, os avaliados foram submetidos a dois protocolos experimentais, em dias distintos, de forma duplamente cega, sendo eles: placebo e 6 mg de cafeína por kg de peso corporal (PC). Avaliou-se de forma quantitativa o impacto termogênico da cafeína por meio da variação de temperatura da pele da porção anterior do peitoral e do abdômen, determinada pela técnica de termografia infravermelha (TIR). As avaliações foram realizadas em dois momentos: imediatamente antes do consumo e 50 minutos após o consumo. Resultados: A partir do consumo de 6mg de cafeína de forma aguda, no voluntário caracterizado como grande consumidor, foi observada na região do peitoral e abdominal em repouso temperaturas médias de 31,3°C e 31,68°C, respectivamente. Após 50 minutos, observou-se as temperaturas de 31,7°C e 31,5°C, o que representou um aumento de 0,4°C para região peitoral, e uma redução de 0,18°C para a região abdominal. Já no voluntário caracterizado como pequeno consumidor de cafeína diário (< 100 mg dia), foi observada na região do peitoral e abdominal em repouso temperaturas de 31,99°C e 32,35°C. Após 50 minutos, em repouso e ambiente controlado, os valores foram de 32,4°C e 32,7°C, respectivamente, o que representou um aumento de 0,41°C para a região do peitoral e 0,35°C no abdômen após 50 minutos do consumo da cafeína. Com relação ao consumo do placebo (maltodextrina), não foram observadas diferenças na temperatura da pele em nenhum dos dois avaliados, quando comparados antes e após suplementação aguda de 6mg/kg de cafeína. Conclusões: A suplementação de cafeína na quantidade de 6 mg/kg de PC parece ter um efeito termogênico na região anterior do tronco na área do peitoral em grandes e pequenos consumidores. Na região abdominal os resultados foram conflitantes. Observou-se um aumento na resposta termogênica no indivíduo caracterizado como pequeno consumidor de cafeína. |