Resumo |
Dentre as biomassas residuais com potencial energético, podem-se incluir os resíduos da cafeicultura. Aproximadamente 45% do café beneficiado é descartado na forma de resíduo (casca e polpa). A casca ganha destaque pelas suas propriedades químicas e físicas para uso energético, bem como sua vasta disponibilidade, uma vez que o Brasil é atualmente maior produtor e exportador de café mundial, evidenciando-se, portanto, a necessidade de produzir e caracterizar um modelo ideal de produto energético a partir da biomassa de casca de café. Dentre as formas de aproveitamento de resíduos lignocelulósicos a pelletização é um processo bastante eficiente para aumentar a densidade energética e o valor agregado do produto, transformando uma problemática ambiental de destinação de resíduos em produto de valor agregado. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi produzir e caracterizar pellets a partir de resíduos de biomassa de café para geração de energia. E como objetivo específico avaliar o efeito da altura do corte do comprimento dos pellets em suas propriedades e avaliar o efeito da velocidade de alimentação das partículas na pelletizadora sob a produção e qualidade dos pellets. Avaliou-se três diferentes velocidades de alimentação dos resíduos na pelletizadora (4.5, 6.0 e 8.0) e duas alturas de faca de corte dos pellets (15 e 30 mm). Determinou a composição química imediata, teor de extrativos e umidade da biomassa de residual de café; e dos pellets avaliou a densidade a granel, umidade, dimensões (diâmetro e comprimento), durabilidade mecânica, finos e dureza. Também foi avaliada a produtividade da pelletização em cada tratamento. A classificação dos pellets foi realizada de acordo com as normas Alemãs DIN EN14961, para fins de comparação da qualidade dos pellets. De acordo com os resultados a densidade a granel, percentual de finos, durabilidade mecânica, comprimento e diâmetro se enquadraram à norma, com as respectivas médias gerais de 721,59 g, 0,13%, 98,19%, 18,61 mm, 6,09 mm. Os pellets produzidos com a faca de corte de comprimento de 15 mm tiveram maior densidade a granel. Em contrapartida, os pellets produzidos, em faca de 30 mm, apresentaram desempenho quanto a durabilidade e geração de finos. A dureza média dos pellets foi de 13,39 Kgf (2,5 mm Feder), tendo maiores valores observados para os produzidos com faca de corte de 30 mm (média de 15,84 Kgf 2,5mm Feder). A melhor produtividade foi observada para os pellets produzidos a velocidade de alimentação 8.0 e faca de corte 30 mm, correspondendo a 34,34 Kg/h. O teor de cinzas dos pellets ficaram superior aos estabelecidos pela norma EnPLUS. Conclui-se que os altores teores de cinzas obtidos não inviabiliza o uso de pellets para comercialização nacional, mas sugere mais estudos de forma a adequar a produção e utilização em escala para venda no mercado internacional. |