"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 19978

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Letras
Setor Departamento de Letras
Bolsa Não se Aplica
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Débora Cristina Freitas Rodrigues
Orientador SUELEN NAJARA DE MELLO
Título A trilogia de Sylvain: uma comédia dantesca n(d)o século XXI
Resumo Partindo da afirmação que “o que o homem propõe, o signo dispõe” (J. RANSDELL apud PLAZA, 2003) e do conceito de que “a literatura nunca é sobre coisas ou situações. Será sempre o procedimento e matéria, fenômeno que automaticamente se insere num código de referência literária” (TEIXEIRA, 1998, p.3) a presente comunicação pretende realizar uma análise comparativa entre A Divina Comédia, de Dante Alighieri, e O Inferno de Gabriel, romance contemporâneo de Sylvain Reynard. Realizando um cotejo entre as obras a fim de evidenciar, por meio de vários elementos, que a obra que se passa no século XXI e que tem uma trajetória totalmente terrena pode sim ser entendida como uma releitura da comédia dantesca. Parto dessa reflexão a fim de investigar se O Inferno de Gabriel é uma espécie de Divina Comédia do século XXI, observando a união do sagrado com o profano aspecto que está presente na obra de Sylvain, principalmente, no tocante à protagonista Júlia que é a representação do que há de mais puro, doce e inocente, e Gabriel que é uma figura luxuriosa, cheia de pecados e desejos, o envolvimento dos dois é a maior representação de tal aspecto, como o fato de Gabriel tratá-la como alguém que ao se aproximar dele será corrompida por seus pecados. Seriam esses personagens os novos Dante e Beatrice? Através desse questionamento e à luz da teoria dos Estudos da Tradução e da Literatura Comparada serão apresentados os elementos implícitos e explícitos que podem ser observados no livro de Sylvain e que levam o leitor a um universo clássico do século XIV. Essas citações ervem para reforçar a ligação entre as obras e mostrar que desde o início existe uma conversa clara entre essa obra e A Divina Comédia, seja ela por um viés de querer instigar o leitor a conhecer Dante por meio de citações e teses acerca de sua obra, tendo em vista a experiência da autora com a leitura de Sylvain, seja pelo pastichamento que traz ressignificação ao texto dantesco. É preciso certa originalidade para capturar os pontos principais da obra dantesca e remodelá-los de maneira que caibam nos moldes de uma literatura e do mundo atual e torná-los palatáveis, não só para o público erudito, mas também para o grande público que consome romances clichês e eróticos. Sylvain colocou a obra do grande escritor florentino em voga dentro de um universo literário que muitas vezes é desprezado e considerado menor por alguns estudiosos, como temos em Lousada (2022), em sua tese de doutorado, que pontua a certa visão estigmatizada da categoria sob a qual se encontra a literatura para jovens-adultos. Sylvain entregou uma Comédia terrena, cercada de romance e erotismo, mas sem deixar de lado os principais aspectos que regeram a obra de Dante. Por fim, falar-se-á sobre o processo de intertextualidade (SALES, 2020) e a respeito da teoria dos polissistemas (EVEN-ZOHAR, 1999) que corroboram para a reflexão desta pesquisa.
Palavras-chave Tradução, polissistemas, Sylvain
Forma de apresentação..... Vídeo
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