Resumo |
Introdução: o ambiente escolar é um cenário potencial para a ocorrência de situações de emergência, considerando o perfil dos alunos, quantitativo reduzido de profissionais para supervisão, a carga horária diária e as brincadeiras realizadas no local. Nessas situações, os professores são os profissionais que, geralmente, prestam os primeiros socorros, que são as ações iniciais adotadas, por um indivíduo treinado a fim de evitar o agravamento da condição clínica e manter a sobrevida até que chegue o atendimento especializado. Tendo em vista que o socorro tardio e a aplicação de cuidados incorretos podem desencadear sequelas e até o óbito em situações emergenciais, é importante que os professores estejam capacitados, seguros e dispostos a prestarem o atendimento necessário. Objetivos: analisar as evidências científicas sobre o conhecimento, habilidades e atitudes de professores do ensino básico em primeiros socorros. Metodologia: trata-se de uma revisão integrativa realizada através de busca nas seguintes bases de dados: MEDLINE/PubMed, CINAHL, BVS, SCOPUS, EMBASE, Web of Science, Scielo e Science Direct durante os meses de outubro a dezembro de 2022. Foram incluídos artigos originais, publicados nos idiomas português, espanhol ou inglês, que respondessem à questão norteadora “quais as evidências científicas em relação ao conhecimento, habilidades e atitudes dos professores do ensino infantil e básico em primeiros socorros? ”. A extração dos artigos foi feita por dois revisores, com participação de um terceiro em caso de divergências. Resultados: foram encontrados 4.691 artigos e, após as etapas de refinamento, restaram 27 artigos para a leitura na íntegra. Em suma, identificou-se, predominantemente, estudos descritivos transversais (n=27, 100%), de nível de evidência 4B (n=27, 100%), publicados em 2019 (n=6, 22,2%), em inglês (n=22, 81,4%) e realizados na Espanha (n=5, 18,5%). A maioria dos estudos revelou conhecimento insuficiente dos professores em primeiros socorros. Apenas três mencionaram um nível de conhecimento adequado, mas em um estudo a maioria dos participantes já havia realizado treinamento em primeiros socorros. As principais temáticas em que se constatou conhecimento insuficiente foram engasgo, suporte básico de vida, epistaxe, intoxicação e picada de insetos. Além disso, os professores mencionaram sentimentos de medo, ansiedade, angústia e preocupação com a responsabilidade legal ao lidar com situações de primeiros socorros. Quanto às habilidades, constatou-se um baixo nível de desenvolvimento por parte dos professores. Conclusões: a identificação de conhecimentos, habilidades e atitudes de professores em primeiros socorros ainda incipientes mostra que é oportuno o desenvolvimento de treinamentos sobre o tema. Ao adquirirem tais competências, os professores estarão aptos a fornecer um atendimento inicial seguro, o que terá um impacto positivo na prevenção de agravos e na redução das taxas de morbimortalidade entre os alunos. |