Resumo |
O controle biológico é um método de controle de pragas de grande importância no manejo integrado de pragas. Isso se deve à notoriedade de uma produção agrícola sustentável no cenário econômico e ambiental. Contudo, apesar de sua importância, muitos desafios são encontrados na realização deste método de controle. O controle biológico aumentativo (CBA) possui maior probabilidade de sucesso quando implementado em ambientes fechados quando comparado em ambientes abertos. Isso se deve à menor chance de dispersão dos inimigos naturais para fora da área quando soltos em ambientes protegidos. Diante do exposto, é necessário o desenvolvimento de estratégias que visam manipular o ambiente afim de torna-lo favorável ao inimigo natural. A partir desta necessidade contempla-se a possibilidade de integração do CBA com o controle biológico conservativo (CBC) para mitigar esse problema, uma vez que o uso de barreiras vivas pode ser uma alternativa viável para evitar e reduzir a dispersão dos inimigos naturais para fora da área de cultivo. Dentro deste contexto, o presente trabalho objetivou investigar se as plantas de capim Colonião que constituíram as barreiras podem mediar uma maior abundancia de predadores e possível atração de outros insetos herbívoros. O projeto foi realizado em campo na Universidade Federal de Viçosa, campus Florestal. O desenho experimental foi constituído em dois tratamentos e oito repetições. Os tratamentos foram: (i) parcela delimitada por barreira de capim Napier, e (ii) parcela sem a presença do capim Napier. Cada repetição foi representada por uma parcela de plantio de milho e capim Napier, sendo estas dispostas em um delineamento inteiramente casualizado. A largura das faixas de gramíneas foi de 1m, enquanto a altura de aproximadamente 2m. Para amostrar a população de inimigos naturais utilizou armadilhas amarelas, que consistem de uma vasilha plástica com água e sabão neutro. Oito armadilhas foram instaladas quinzenalmente por 48h, sendo quatro em parcelas com barreira de Napier e quatro nas parcelas sem barreiras. Após 48h foram coletadas e levadas ao laboratório para triagem e identificação dos insetos coletados. Além disso, também foi feita uma avaliação de observação direta nas plantas de milho, observando se havia ou não presença de desfolha causada por lagarta-do-cartucho Spodoptera frugirperda. Nas parcelas com as barreiras vivas de capim Napier houve uma maior abundancia e diversidade de inimigos naturais, além de ter ocorrido uma menor desfolha das plantas de milho, quando comparado com as parcelas sem barreiras. Nas parcelas com a presença das barreiras vivas de capim Colonião houve uma maior abundância e diversidade de inimigos naturais. Porém, mais experimentos como estes devem ser realizados para a obtenção de mais resultados e dados precisos, uma vez que, na literatura não são encontradas muitas referências sobre o uso de barreiras vivas como potencial facilitador do controle biológico conservativo aumentativo. |