Resumo |
Considerando que somos parte integrante de uma sociedade racializada que tem como referência o "padrão" branco europeu, oralizado e ouvinte, o presente estudo em andamento no programa de mestrado em Pós Graduação em Educação da UFV, busca realizar uma análise interseccional a partir destes dois estereótipos construídos historicamente através das relações sociais: o racial e o da surdez. Nesse sentido, através da racialização desse sujeito surdo pretende-se identificar os desafios identitários, raciais, sociais, políticos, econômicos e culturais no processo de inclusão do estudante negro-surdo no ensino fundamental da rede municipal de ensino, analisando quais são os enfrentamentos vivenciados no âmbito do direto de oportunidades da educação básica, além das possibilidades que surgem através das estratégias criadas pelos pais, aluno e os profissionais da educação. A pesquisa ainda está na primeira fase, a de levantamento bibliográfico na plataforma do Google Acadêmico e no banco de teses e dissertações da CAPES, e até o momento foram encontrados parcos estudos que tratam das temáticas de modo concomitante, considerando a existência do aluno duplamente estigmatizado. Dentre eles Furtado (2012), Pereira e Pereira (2013), Miranda (2017), Ferreira e Eugênio (2018), Miranda (2019), Barros de Oliveira et al. (2021), Campos e Bento (2022). Nesse sentido, para atingir a reflexão proposta farei uso não apenas do material já produzido sobre a temática como também de entrevistas com os sujeitos que compõem essa dinâmica: responsáveis, professoras/es, estudante e gestoras/es. Além disso, através da observação do campo de estudo, pretendo visualizar tanto os enfrentamentos quanto às estratégias que emergem nas práticas cotidianas em ambiente escolar, com o objetivo de desatar "nós" que possam prejudicar a compreensão de aspectos provenientes da discussão proposta, auxiliando dessa maneira na promoção de uma maior igualdade de oportunidades e uma educação verdadeiramente inclusiva para todos os estudantes. |